Brasil conquista 2º lugar no mundial de profissões técnicas, a WorldSkills

19/10/2017   17h39

Bruno Gruner levou o ouro em Polimecânica e Automação

 

O Brasil se mantém na elite da educação profissional do mundo. Com um total de 34.901 pontos, o país ficou em 2º lugar geral na maior competição de profissões técnicas do planeta, a WorldSkills. Entre os dias 15 e 18 de outubro, mais de 1.200 jovens de 68 países competiram em 52 ocupações do setor industrial e de serviços em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Os russos ficaram em primeiro.

 

A delegação brasileira foi composta por 56 competidores, 51 alunos e ex-alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e 5 do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que competiram em 50 ocupações. É bom lembrar que na última edição da WorldSkills, em 2015, o país ficou em primeiro lugar.

 

“Em Abu Dhabi o Brasil demonstrou seu padrão de excelência em educação profissional. Estamos entre os melhores países do mundo (China, Coreia do Sul, Suíça e Rússia) e isso é importante para criar oportunidades para os jovens e competitividade para a as empresas. Estamos orgulhosos com o resultado alcançado pelo jovens do SENAI e do Senac que, com muita fibra e talento, representaram o Brasil”, destacou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.

 

Para o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o resultado demonstra o alto nível do Brasil no conjunto das profissões. “É o nível de excelência que o Brasil tem e que dificilmente nós conseguimos reproduzir em outros rankings, seja de desempenho econômico, de competitividade, inovação ou de educação regular. Em educação profissional, o Brasil tem excelência, que é uma porta para a juventude brasileira”, disse.

 

MEDALHAS – Os brasileiros conquistaram um total de 15 medalhas em Abu Dhabi, sendo 7 de ouro, 5 de prata e 3 de bronze, além de 26 certificados de excelência. No quadro geral de medalhas, o Brasil ficou em 4º lugar, atrás apenas de China, Coreia do Sul e Suíça, e à frente de países com bastante tradição em ensino técnico, como França, Japão, Áustria e Alemanha. Confira as medalhas conquistadas:

 

Medalha de ouro
Mecatrônica, Eletricidade Industrial, Manufatura Integrada, Tornearia CNC, Polimecânica e Automação, Escultura em Pedra e Tecnologia de Mídia Impressa;

 

Medalha de prata
Tecnologia da Moda, Joalheria, Construção de Estruturas Metálicas, Manutenção Industrial e Desenho Mecânico – CAD;

 

Medalha de bronze
Marcenaria de Estruturas, Movelaria e Construção de Estruturas para Concreto.

 

Mateus Moriel comemora o ouro em Tornearia CNC

 

EXCELÊNCIA DE ENSINO TÉCNICO – Se em outros rankings mundiais de educação o Brasil não consegue melhorar sua posição, em educação profissional o caminho é inverso. Na última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), o país registrou queda de pontuação nas três áreas avaliadas: Ciências, Leitura e Matemática. Com isso, o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. A prova foi aplicada em 70 países.

 

O 2º lugar na WorldSkills, dentre 68 países, demonstra que os investimentos feitos pelo SENAI no ensino técnico têm resultados positivos. O SENAI é o maior complexo de educação profissional e serviços tecnológicos das Américas. Desde 1942, formou mais de 71 milhões de trabalhadores para 28 áreas da indústria brasileira, da iniciação profissional até a graduação e pós-graduação tecnológica. A instituição está presente em todas as regiões do Brasil com 555 escolas e 442 unidades móveis, entre as quais os barcos-escola Samaúma I e Samaúma II, que atendem a região Amazônica.

 

Estudo encomendado pelo SENAI com base em dados do suplemento especial, divulgado em março, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que profissionais que fazem cursos técnicos têm um acréscimo na renda de 18%, em média, em relação a pessoas com perfis socioeconômicos semelhantes que concluíram apenas o ensino médio.

 

O ouro em Tecnologia de Mídia Impressa ficou com Murilo Antunes da Silva

 

A COMPETIÇÃO – Nas provas da WorldSkills, realizadas durante quatro dias, os participantes devem completar os desafios propostos na competição dentro de padrões internacionais de qualidade. É exigido que os alunos demonstrem habilidades técnicas individuais e coletivas em profissões da indústria e do setor de serviços, como Automação Industrial, Eletrônica, Eletricidade, Cozinha e Confeitaria, entre outras. Cada modalidade tem a participação de apenas um representante de cada país, seja uma pessoa ou uma equipe.

 

O Brasil participa do torneio desde 1983. Nesse tempo, os resultados na disputa melhoraram a cada edição e a equipe brasileira tornou-se uma certeza no top five do mundial, ao lado de nações que são referência educacional, como Coreia do Sul e Alemanha.

 

Veja as fotos da nossa delegação em Abu Dhabi no Flickr da CNI.