Brasil e Alemanha devem liderar conclusão do acordo Mercosul-UE, diz presidente da CNI na abertura do EEBA

13/11/2017   16h32

 

Mercosul e União Europeia devem alcançar um bom acordo de livre comércio até dezembro deste ano. Essa é a expectativa do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, que destacou o apoio dos setores privados de Brasil e Alemanha, as duas maiores economias dos blocos, na conclusão do tratado. O presidente da CNI participou da abertura do 35º Encontro Econômico Brasil Alemanha (EEBA), em Porto Alegre (RS).

 

O EEBA é o maior evento da agenda bilateral brasileira e ocorre pela iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias Alemã (BDI), em parceria com a Associação das Câmaras de Comércio Alemãs no Brasil (AHK) e a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). Nesta edição, o encontro trata sobre “Parceria Brasil e Alemanha: novas oportunidades de cooperação” e reúne mais de dois mil empresários e membros dos dois governos no Centro de Eventos da FIERGS.

 

“A presença de inúmeros empresários brasileiros e alemãs demonstra o valor atribuído a este foro, por ambos os lados, como construtor da agenda bilateral empresarial, e catalisador de fluxo de comércio e de investimento entre os nossos países”, disse o presidente da CNI.

 

Robson Braga de Andrade também destacou a importância do apoio da Alemanha ao processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O pedido foi formalizado pelo governo brasileiro em abril. Para o presidente da CNI, a adesão do Brasil à OCDE é fundamental para que o país possa, de forma célere, concretizar as mudanças necessárias em questões regulatórias, políticas macroeconômicas, trabalhistas e ambientais.

 

ACORDO DE TRIBUTAÇÃO – A CNI avalia que a celebração de uma Convenção para Evitar a Dupla Tributação da Renda entre Brasil e Alemanha é medida prioritária, devido ao potencial de aumentar a segurança jurídica e a competitividade das empresas nos negócios bilaterais. De acordo com Robson Braga de Andrade, o momento atual, com a formalização do pedido de adesão à OCDE, apresenta oportunidades para negociar um novo acordo para evitar dupla tributação, ao permitir a rediscussão de cláusulas do modelo brasileiro, que deve aproximá-lo do alemão.

 

“Também é importante renegociarmos o acordo de previdência social, para ampliarmos o prazo para a continuidade da aplicação da legislação do país de origem ao trabalhador expatriado de dois para cinco anos”, afirmou o presidente.

 

EEBA 2017 – Participaram da abertura do EEBA o presidente do Conselho da Indústria Alemã para América Latina (LADW) e membro do Conselho Administrativo da Volkswagen AG, Andreas Renschler; o presidente das Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Petry; o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira; o secretário-geral das Relações Exteriores das Ministério das Relações Exteriores, embaixador Marcos Galvão; o vice-ministro de Assuntos Econômicos e Energia Matthias Machnig e o governador Rio Grande do Sul.

 

O EEBA 2017 ocorre durante dois dias, nesta segunda-feira (13) e na terça (14), para discutir oportunidades de parceria e cooperação sobre: internet das coisas e startups na área de manufaturados; eficiência energética industrial; infraestrutura e cidades inteligentes; segurança no trabalho; ambiente de negócios e facilitação de comércio e seus impactos para pequenas e médias empresas; e saúde e educação. Ocupa um espaço de mais de 14 mil metros quadrados e terá mais de 80 expositores entre brasileiros e alemães.

 

NEGÓCIOS – Durante o EEBA, 97 empresas alemãs e 532 empresas brasileiras participam de rodadas de negócios. A proposta é que ocorram mais de 400 reuniões empresariais, com expectativa de US$ 10 milhões. As empresas participantes são principalmente dos setores de alimentos, couro e calçados, energias renováveis, química e petroquímica, saúde e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). O evento é realizado em parceria com a Rede Enterprise Europe Network (EEN), coordenada pela Comissão Europeia, e tem apoio da Apex-Brasil.

 

Por Adriana Nicácio, de Porto Alegre
Agência CNI de Notícias