Diretor da Macroplan explica revisão do MAIS RN e diz que estado vive pior cenário

19/02/2018   20h24

 

“O Rio Grande do Norte precisa de um esforço concentrado para resgatar a capacidade de entregar à população os serviços essenciais de qualidade e o MAIS RN traz esta agenda que agora será atualizada”. A afirmação é do diretor e consultor da Macroplan Consultoria, Cláudio Porto, sobre o MAIS RN, o plano de desenvolvimento estratégico para os próximos 20 anos, que passará por uma atualização a fim de ser entregue, até agosto, aos candidatos a eleição e pautar propostas para o desenvolvimento do Estado.

 

O economista concedeu entrevista nesta segunda-feira (19), na Casa da Indústria, onde avaliou a necessidade do Estado avançar para ter mais eficiência e recuperar o equilíbrio financeiro e fiscal.

 

“O MAIS RN é um estudo completo e em sua agenda já trazia a necessidade de melhorar os gastos e fazer um ajuste fiscal e financeiro com um pacto de solidariedade entre todos os Poderes. Há 4 anos, o Mais RN projetava quatro cenários e hoje vivenciamos justamente o pior deles, o chamado “Derrubando o Elefante”. É preciso fazer os ajustes e tomar as medidas necessárias para retomar aquele período de pujança e esse é documento pensado para futuras gerações”, frisa o consultor.

Para essa retomada, o diretor da Macroplan pontua três medidas fundamentais: amplo pacto pelo desenvolvimento econômico e social do RN para entregar a sociedade serviços essenciais de qualidade nas áreas de saúde, educação e segurança; a criação de um ambiente mais favorável aos negócios; e tornar o Estado mais eficiente por meio da melhoria da qualidade e da produtividade do gasto público potiguar.

 

Para exemplificar a ineficiência no gasto, Cláudio Porto, aponta que o custo do aluno da rede pública potiguar subiu 90% entre 2009 e 2015, saindo de R$ 2,5 mil por aluno ao ano para R$ 5 mil por aluno ao ano, enquanto a nota no IDEB permaneceu estagnada em 2,8 no mesmo período. Em 2016, a despesa per capita empenhada pelo Poder Legislativo foi de R$104,09 enquanto no vizinho Ceará, gastou-se R$ 65,00 per capta.

 

“Faremos uma atualização do diagnóstico técnico, econômico e fiscal para fundamentar as propostas e projetos de Governo. Não será um manifesto de cunho político”, observa Cláudio Porto. Lançado em 2014, o estudo passará por uma revisão de dados considerando o agravamento da crise socioeconômica, financeira e fiscal pela qual o país e o RN atravessam.

 

O documento deverá preservar cerca de 80% do estudo feito, segundo estima o consultor, com a inserção da visão empresarial e novas propostas para o Estado recuperar a capacidade de gestão e melhorar o gasto público, além de um plano de atração de investimentos.

 

Além de um amplo pacto pelo desenvolvimento do Rio Grande do Norte, o Plano propõe 18 metas indicativas e estratégias para a consolidação de um estado eficiente e qualificação das instituições. A revisão contará ainda com casos de boas práticas aplicadas em outros estados que resultaram em melhor eficiência da máquina pública.