Diretor do Sistema FIERN defende, durante audiência pública, incentivo à indústria de reciclagem

20/10/2017   18h14

 

Ao participar da audiência pública, na Assembleia Legislativa, sobre a indústria de reciclagem, o diretor primeiro tesoureiro do Sistema FIERN, Roberto Serquiz, defendeu que o Estado adote um programa de incentivos para o setor. Ele destacou que a indústria de reciclagem tem potencial para gerar empregos e contribuir com soluções para o tratamento de resíduos. Por isso, “deve ter o devido reconhecimento”.
Roberto Serquiz, que também é presidente do Sindicato da Indústria das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado do Rio Grande do Norte (SINDRECICLA-RN), disse que as empresas do segmento podem aumentar a oferta de empregos no Estado, uma vez que envolvem atividades com alta empregabilidade.
Ele disse também que algumas empresas do Estado atuam com expressivos resultados, como as que reciclagem material da construção civil. A brita usada nas obras dos viadutos sob a BR 101 foi produzida por algumas dessas empresas, o que demonstra as possibilidades do segmento.
Para que tenha um crescimento mais acentuado no Rio Grande do Norte, disse o presidente do SINDRECICLA, a indústria precisa de incentivos fiscais.
Para se ter uma ideia, em Pernambuco há isenção integral para essas empresas, enquanto no RN ainda não existe qualquer estímulo. Ele disse que o Estado precisa evoluir neste aspecto para acabar com os entreves às empresas de reciclagem.
Durante a audiência, presidida pela deputada estadual Cristiane Dantas (PCdoB), os empresários lembraram que também são cobradas altas taxas de licenciamento. “Sabemos que o desenvolvimento sustentável é um dos pontos fortes da sociedade atual e o Rio Grande do Norte não pode se furtar a essa discussão e, sendo assim, precisa avançar neste sentido. Atualmente 25 empresas são filiadas ao Sindicato da Indústria de Reciclagem do RN”, disse a deputada.

 

As empresas instaladas no Estado geram mais de 1.200 empregos. “Aliado a isso temos um importante viés social advindo da reciclagem que são as cooperativas de catadores, tirando os ex-catadores de lixo da rua e dando-lhes renda e dignidade para suas famílias”, acrescentou. “Essa audiência pública foi o primeiro passo para que possamos avançar no incentivo à indústria de reciclagem”.

 

 

Ela disse que o debate deve prosseguir para que se possa apresentar um projeto de lei para regulamentar o setor. “Não é só redução de impostos que quero propor nessa lei”, disse.
O diretor-presidente da Urbana, Cláudio Porpino, disse que somente 4% do lixo produzido na capital é reciclado, o que mostra o potencial de expansão desta atividade.
O representante do Conselho Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Complan), Rodolfo Guerreiro, questionou a falta de incentivo, afirmando que o Rio Grande do Norte perde a maior parte do resíduo ambiental para estados que tem programa de apoio às empresas.
Também participaram da audiência o advogado Urbano Medeiros, presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB-RN, a juíza Fátima Soares, presidente Comissão Permanente de Gestão Ambiental (Copegam) do Tribunal de Justiça, e outros inscritos como o presidente da Associação de Catadores do RN, Héverton Rocha.