Em encontro com Temer, Sistema Indústria defende agenda de reformas para 2018

20/02/2018   20h44

 

Com as discussões sobre reforma da Previdência Social suspensas enquanto durar a intervenção no Rio de Janeiro, o Congresso Nacional deve avançar com propostas que contribuam para dar sequência agenda de competitividade do país. Em encontro com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (20), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, reforçou o apoio ao avanço de projetos da agenda de competitividade, mesmo em face do calendário eleitoral de 2018.

 

“Aprovamos reformas que há 20 anos se discutia no país. Temos de ter a capacidade de sermos um país que atrai investimentos, olhando para o país no longo prazo”, disse Andrade, que esteve à frente da comitiva de presidentes de federações e empresários de 20 estados. O presidente da CNI falou da importância de se realizar um encontro como esse no início do ano, como forma de conhecer a pauta prioritária do Executivo e de mobilizar o setor produtivo pelas propostas que contribuem para o desenvolvimento do país.

 

 

Ao discursar para os empresários, o presidente Temer explicou a opção pela intervenção no Rio de Janeiro, como medida “extrema” de combate à violência no estado e a consequente interrupção das discussões da reforma da Previdência. Ele afirmou que o sistema previdenciário e a segurança pública são temas prioritários para a administração, mas que o segundo se impôs com mais urgência neste momento. “É importante esclarecer por que tivemos de interromper a reforma da Previdência, mas o debate não parou”, disse.

 

Andrade reforçou o apoio do setor produtivo à reforma da Previdência, frisou que está é uma agenda que terá de ser, inevitavelmente, enfrentada pelo governo. “Se não for feita agora, poderá ser feita em novembro ou no início de 2018. A reforma é importante não para este ou aquele governo. É importante para o país”, afirmou. “É uma frustração de todo empresariado, tínhamos muita esperança na aprovação da reforma. Esta é uma reforma que terá de ser feita de forma imediata pelo próximo governo”, afirmou o deputado federal e 1o diretor secretario da CNI, Jorge Côrte Real (PTB).

 

 

Ao lado do presidente Temer, o presidente da CNI reforçou o apoio do setor produtivo à reforma da Previdência
NOVA AGENDA – Ao longo da reunião, o presidente da CNI e representantes da indústria das diferentes regiões do país apresentaram prioridades da indústria que precisam avançar, mesmo que em ano eleitoral, para se manter em andamento a agenda de competitividade no Congresso Nacional. O presidente da CNI destacou, entre os projetos prioritários do Executivo, medidas que contribuam para a simplificação e desburocratização de tributos, como a reforma do PIS/Cofins.

 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Pedro Alves de Oliveira, falou do apoio dado pela indústria à reforma da Previdência e da necessidade de que seja aprovada com urgência. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Salles, defendeu a derrubada do veto, pelo Congresso Nacional, à participação de micro e pequenas empresas no Refis (programa de recuperação fiscal) do Simples Nacional.

 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, destacou a aprovação da novo ensino médio como caminho para modernizar a educação brasileira e falou da importância de políticas de parcerias público-privadas (PPPs) para o Brasil voltar a investir, O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, também falou da necessidade de o Brasil dar um salto em sua taxa de investimento, tendo como caminho aportes para melhorar a deficitária infraestrutura de transportes do país.

 

Para o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso (FIEMT), Gustavo Pinto Coelho de Oliveira, a questão da segurança pública do país precisa, de fato, ser enfrentada. Ele ressaltou o custo que a violência tem para o setor produtivo e para o consumidor, devido a gastos com segurança, seguros e outras despesas decorrentes deste problema social.