Respeito e reconhecimento ao Sistema “S”

13/08/2017   07h18

Amaro Sales de Araújo, industrial, Presidente da FIERN, Associação Nordeste Forte e COMPEM/CNI.

 

Repete-se, mais uma vez, de forma orquestrada, intensa campanha midiática para acabar com o Sistema “S”. Nessa cruzada irracional estão juntos, novamente, oportunistas, desinformados e os de má-fé. Em alguns casos reunindo as três coisas. É preciso deter a marcha da insensatez. Não fazem idéia – ou melhor, talvez façam – do imenso desserviço que estão querendo impor ao país. Somente o total desconhecimento do papel desempenhado nas últimas décadas pelas instituições que compõem o Sistema “S” – SEBRAE, SESI, SENAI, IEL, SESC, SENAC, SENAR, SEST, SENAT – pode levar alguém a defender o seu fim.

 

Lamentavelmente, são recorrentes essas campanhas. Varia conforme o aperto fiscal ou a moda do momento. Como mentiras tem, de fato, “pernas curtas”, elas logo são desmascaradas e os inimigos do Sistema “S” recuam, estrategicamente, para tempos depois retornarem com a mesma ideia fixa.

 

Criados pela atuação de empresários há décadas o Sistema “S” é composto por instituições privadas, reconhecidas pela qualidade de seus produtos, serviços e pela credibilidade da atuação em todo o território nacional. Algo, portanto, que, comprovadamente, vem dando certo, especialmente, na promoção da educação, seja fundamental ou técnica, fator indispensável ao desenvolvimento econômico e social do Brasil.

 

Prova disso é que, ao longo de 75 anos de atuação, somente para ilustrar, o SENAI construiu o maior complexo de educação profissional das Américas e um dos maiores do mundo. Ao longo de sua história, já formou mais de 71 milhões de pessoas em 28 áreas da indústria brasileira, desde a iniciação profissional até a pós-graduação tecnológica. Em 2016, realizou nada menos que 2,6 milhão de matrículas em educação. A instituição está implantando uma rede de 25 Institutos, que desenvolvem projetos de pesquisa aplicada e inovação para a indústria brasileira, contando atualmente com 356 projetos de novos produtos e processos industriais.

 

O SESI, por sua vez, tem 1.248 escolas e unidades fixas e móveis de saúde. No ano passado, realizou mais de 1,7 milhão de matrículas em educação básica e continuada. A instituição é referência nacional e internacional na oferta de serviços em saúde e segurança no trabalho para reduzir faltas ao trabalho e aumentar a produtividade dos trabalhadores. Em 2016, atendeu mais de 3 milhões de pessoas com serviços de saúde e segurança.

 

Mais uma vez, e tantas quantas forem necessárias, lembramos que as contas do SESI e do SENAI são fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU). Não há o que esconder. Mas muito a mostrar em favor do fortalecimento da nossa indústria, que gera renda, emprego e o desenvolvimento do país. Aliás, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 3.921 estabelecimentos industriais mostra que 88% dos entrevistados afirmaram estar “Satisfeitos” ou “Muito Satisfeitos” com o SENAI em 2016. A avaliação do SESI segue o mesmo comportamento positivo: 84% dos estabelecimentos atendidos afirmaram estar “Satisfeitos” ou “Muito Satisfeitos” com a instituição. Ademais, as duas instituições tem também reconhecimento internacional, inclusive, da Organização das Nações Unidas (ONU) que reconheceu o SENAI como uma das três mais importantes instituições para garantir educação de qualidade nos países do Hemisfério Sul.

 

Portanto, trabalhar contra o Sistema “S” é trabalhar contra o Brasil. É desejar que o país continue subdesenvolvido, marcado pela desigualdade social e pela falta de boas oportunidades de trabalho para o seu povo.

 

Publicado na Tribuna do Norte (13.08.2017)