Escolas públicas do RN vão ganhar mini usinas de energia solar para aulas práticas do ensino médio

7/01/2022   18h35

Escolas públicas localizadas em 12 municípios do Rio Grande do Norte serão transformadas, a partir do primeiro semestre deste ano, em “laboratórios práticos de ensino” onde conceitos de física, geografia e matemática serão aprendidos com a ajuda de mini usinas de geração de energia solar.

 

O projeto-piloto, chamado de “Escolas Solares”, será desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e terá investimento de R$ 1 milhão para implantação de usinas como laboratórios didáticos.

 

A iniciativa também prevê capacitação de professores durante o processo e a elaboração de uma cartilha para auxiliar a realização das aulas.

 

Os recursos para desenvolvimento das atividades são provenientes de uma emenda parlamentar do senador da República Jean-Paul Prates, idealizador da proposta. O investimento será viabilizado por meio de convênio firmado na semana passada com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

 

Os detalhes foram divulgados nesta sexta-feira (07) pelo ISI. “Trata-se de uma iniciativa em que vamos montar unidades geradoras de energia para, mais do que ajudar na conta de luz, fomentar a educação, deixar nessas escolas uma cultura de energia mais limpa, que seja usada de forma transversal no aprendizado dos alunos”, diz o diretor do Instituto, Rodrigo Mello.

 

As usinas serão implantadas em escolas estaduais de Natal, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim, Nova Cruz, Alto do Rodrigues, Macau, Pendências, Currais Novos, Mossoró, Apodi, João Câmara e Caicó.

 

Rodrigo Mello, diretor do ISI-ER: Expectativa com o projeto é fomentar a educação e deixar uma cultura de energia mais limpa nas escolas

 

Alcance
De acordo com informações do projeto, as iniciativas serão levadas inicialmente a 13 das 620 escolas que compõem a rede estadual de ensino. A estimativa é que mais de 1.500 estudantes do ensino médio sejam beneficiados, mas o número poderá aumentar ainda este ano.

 

“Temos conversado com SENAI e Secretaria de Educação do Estado para a realização de um convênio que deve viabilizar a inclusão de mais sete escolas, chegando ao total de 20 ainda em 2022”, diz o senador Jean-Paul Prates, ressaltando que há expectativa de estender a iniciativa para todo o Rio Grande do Norte. “A ideia é que possamos aumentar a quantidade de cidades e escolas beneficiadas ao longo dos anos, com recursos disponíveis de emendas parlamentares”.

 

O projeto terá largada ainda neste semestre, com a compra de equipamentos, capacitação das equipes envolvidas e instalação das primeiras usinas. O início dos experimentos com os alunos dependerá de calendários elaborados pelas próprias escolas.

 

Além de facilitar a compreensão de conceitos tradicionais estudados em sala de aula, o objetivo é usar as mini usinas de geração para aumentar a conscientização quanto ao uso racional de energia e reforçar a importância da sustentabilidade, em um momento de forte expansão do setor de energias renováveis e em que países do mundo inteiro, inclusive o Brasil, têm de aumentar a segurança energética e cumprir metas ambientais.

 

Jean-Paul Prates, senador, idealizador da proposta: Iniciativa poderá ser expandida ainda este ano para mais escolas e, em um prazo maior, chegar a todo o estado

 

Retorno
“O projeto é um ganho para a didática das escolas”, observa Jean-Paul Prates. “Os professores poderão se utilizar da usina fotovoltaica para as aulas do cotidiano, levantar o debate sobre sustentabilidade com os estudantes e estimular, quem sabe, a formação de uma geração de profissionais que venham a atuar no setor de geração de energia solar, que tem crescido bastante no nosso estado e que precisa de mão de obra qualificada para o desempenho das atividades relacionadas a ele”.

 

O coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, faz coro. Aliar a prática à teoria pode, segundo ele, despertar o interesse dos jovens para especialização na área, assim como por cursos de ciências e engenharia.

 

“O interesse por cursos nessas áreas”, observa o pesquisador, “atualmente é baixíssimo no Brasil”. “Mas essa é uma realidade que podemos mudar. E uma das vantagens de fazer isso é a possibilidade de sermos não só grandes geradores de energia, mas também formadores de mão de obra de qualidade e até exportadores desses talentos”.

 

SOBRE OS INSTITUTOS SENAI DE INOVAÇÃO
O ISI-ER faz parte da maior rede privada de institutos de pesquisa, desenvolvimento e inovação criada no Brasil para atender as demandas da indústria, composta por 26 Institutos SENAI de Inovação. A Rede tem como foco de atuação a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Desde que foi criada, em 2013, mais de R$ 1,2 bilhão foram mobilizados em 1.332 projetos de PD&I. O ISI-ER está em operação no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN em Natal desde 2018, e foi oficialmente inaugurado em junho de 2021, com a conclusão das instalações e a operação plena dos laboratórios. O Instituto é a principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em energia eólica, solar e sustentabilidade.