Atividade da construção potiguar suaviza retração em junho

27/07/2020   10h28

 

 

A Sondagem Indústria da Construção, elaborada pela FIERN, aponta que, em junho, o nível de atividade do setor no Rio Grande do Norte reagiu, suavizando com mais força o ritmo da retração que se intensificou entre fevereiro e abril, sob o impacto da pandemia do coronavírus. Ainda assim, o avanço do indicador do nível de atividade, que atingiu 45,8 pontos, não chegou a configurar um crescimento efetivo, visto que ficou abaixo do patamar dos 50 pontos, que separa crescimento de retração. Essa tendência moderadora se repetiu em maior ou menor grau em quase todos os demais indicadores e nos das expectativas.

 

 

 

Todavia, em relação àqueles relacionados à satisfação com as condições financeiras das empresas, ocorreu deterioração no segundo trimestre. Este sentimento, aliás, foi reafirmado no ranking dos principais problemas, onde três dificuldades financeiras foram destacadas entre as seis com maiores índices de assinalações pelas empresas, a saber, falta de capital de giro, taxas de juros elevadas e falta de financiamento de longo prazo. Em convergência com os gargalos financeiros, a intenção de investimento do setor voltou a recuar em julho. É importante, ainda destacar que, comparativamente a junho de 2019, apenas os indicadores do nível de atividade (corrente e de expectativas) assinalaram crescimento.

 

 

 

Em junho, entre os principais desempenhos de moderação, destacamos que o indicador do nível de atividade efetiva em relação ao padrão usual para meses de junho cresceu 2,1 pontos atingindo 19,1 pontos; o de evolução do número de empregados, subiu 1,6 ponto e assinalou 40,5 pontos; e a Utilização da Capacidade de Operação – UCO avançou 3 pontos percentuais, atingindo 35% no mês. Em relação aos próximos seis meses, empresários potiguares ainda preveem queda, embora que de forma moderada, no nível de atividade, nas compras de insumos e matérias-primas, na contratação de novos empreendimentos e serviços e no número de empregados.

 

 

 

Refletindo os efeitos negativo da crise da pandemia do novo coronavírus sobre as atividades e condições financeiras do setor, os indicadores de condições financeiras recuaram neste segundo trimestre, mostrando maior insatisfação tanto com a margem de lucro operacional quanto com a situação financeira de suas empresas. Na avaliação dos empresários, o acesso ao crédito se tornou ainda mais difícil. Já o índice de intenção de investimento voltou cair em julho, o que sugere uma menor disposição para investir por parte dos empresários.

 

 

 

 

A inadimplência dos clientes, a demanda interna insuficiente, a falta de capital de giro, a elevada carga tributária, a falta de financiamento de longo prazo e a taxa de juros elevadas aparecem como os principais problemas enfrentados pelo setor no trimestre.

 

 

 

Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Indústria da Construção com os resultados de maio, divulgados em 23/06 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, com a diferença de que na Construção nacional os empresários preveem estabilidade do nível de atividade nos próximos seis meses (50,1 pontos), e não esperam mais quedas significativas nas compras de insumos, nos novos empreendimentos e no número de empregados – indicadores de expectativas estão bem próximos à linha divisória de 50 pontos, que separa otimismo de pessimismo (49,5, 48,0 e 49,4 pontos, respectivamente).

 

 

Para mais informações, acesse a Sondagem: https://www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2020/07/GED.CITSMART.REC_FROM_GED_2974-1.pdf