Bolsonaro afirma na FIERN que não terá indicações políticas no seu ministério e que um terço será ocupado por militares

17/05/2018   22h24

 

O Pré-candidato do PSL à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro, afirmou, durante a coletiva, na Casa da Indústria, que não terá indicações políticas ou partidárias no seu ministério. “Não vou buscar governabilidade da forma que foi feita até hoje”, disse. E reiterou que não adotará o que chama de “política do toma lá dá cá”, em referência ao balcão de negócios instalado pelo atual Governo durante o processo para votação de projetos polêmicos, como o da reforma da previdência, no Congresso. “A garantia que isto não ocorrerá é a minha palavra. As bancadas não votam de forma uniforme e eu tenho conseguido apoio e alguns deputados no Congresso”, afirma.

 

O deputado antecipou que, caso seja eleito, em seu Governo deverá, dentro de uma reforma administrativa, reduzir o número de ministérios para 15 e fundir algumas pastas por afinidade. “O ministério da agricultura que eu pretendo fundir com o do Meio Ambiente, que vai ser indicado pelos setores. Quem vai ser meu Ministro da Defesa? Um oficial general de quatro estrelas, e não um desarmamentista comunista como era, por exemplo, Raul Jungmann ou Aldo Rebelo. Eu pretendo em torno de 15 ministérios, até para eu conhecê-los”, disse.

 

Ainda sobre a escolha dos ministérios, o pré-candidato espera começar a campanha, com parte dos ministérios já decididos. E que um terço dos quinze ministérios deverá ser ocupados por militares. “No passado, tinha comunista e guerrilheiro e ninguém reclamava. Por que não pode ter um militar? Vou levar gente do meu meio, a Dilma, levou o povo dela”, afirma.

 

O candidato acredita que a denúncia da Procuradoria Geral da República de racismo, ofensa às mulheres e povos indígenas, não deve prejudicar a campanha eleitoral. “Não prejudica, até porque não daria tempo de esse processo seguir destino, e outra, não cometi nenhum daqueles crimes”, disse.

 

A candidatura de Lula no pleito eleitoral deste ano é, para ele, uma “desmoralização da Justiça Eleitoral” e que isso não deverá ocorrer. “Ele está condenado, transitado e julgado em segunda instância de acordo com a lei da Ficha Limpa, ter homologado o seu registro de candidato é uma desmoralização. Ele está fora de combate”, disse.

 

E afirmou que não aceitaria apoio de nenhum partido em um eventual segundo turno. Sobre o apoio das Forças Armadas à sua candidatura, Bolsonaro afirmou que os militares não têm partido e por isso nunca apoiaram ninguém. “O partido das Forças Armadas é o Brasil. Elas nunca participarão explicitamente do pleito político, particularmente cada militar vota em quem bem entender”, disse o pré-candidato.

 

Sobre o Nordeste, o deputado Jair Bolsonaro defende que é preciso libertar a região de algumas políticas assistencialistas. “O que tira o homem da miséria é o conhecimento. Não se pode dar o Bolsa-Família com propósito político eleitoral. É dar para quem precisa. E a gente sabe que ocorre fraude”, frisou. Os programas sociais devem ter um sistema de controle por amostragem.