A Comissão Temática de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIERN (CORIMEX) realizou, nesta quarta-feira (28), sua 2ª Reunião Ordinária de 2025. O encontro teve como foco oportunidades de negócios no setor mineral potiguar, além do intercâmbio de informações sobre iniciativas voltadas à internacionalização das empresas potiguares.

 

Conduzida pelo presidente da comissão, Sílvio Bezerra, o encontro reuniu conselheiros e convidados na Casa da Indústria, em Natal, e também de forma virtual. A agenda contou com apresentações técnicas de representantes do Sistema Indústria e de instituições parceiras.

 

Um dos destaques foi a apresentação sobre o setor mineral potiguar, com exposições do presidente do Sindicato da Indústria de Extração de Minerais do RN (SINDIMINERAIS), Mário Tavares, e do coordenador de Desenvolvimento Mineral da SEDEC-RN, Paulo Henrique Morais.

 

Eles apresentaram um panorama do segmento no estado, que inclui reservas de lítio, turmalina paraíba, monazita, estanho, tântalo, nióbio, scheelita e ouro, concentradas especialmente na região do Seridó.

 

De acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), apresentados durante a reunião, o Rio Grande do Norte recebeu mais de R$ 173 milhões em investimentos em pesquisa mineral nos últimos 10 anos, sendo R$ 42 milhões apenas em 2023.

 

Segundo Paulo Morais, esses aportes são fundamentais para ampliar o conhecimento sobre o solo potiguar e gerar oportunidades em toda a cadeia produtiva da mineração. “Quando investimos em pesquisa, investimos em conhecimento. Esse aumento de investimento em pesquisa é o que gera extração, emprego e renda”, afirmou o coordenador de Desenvolvimento Mineral da SEDEC.

 

Os minerais críticos para a transição energética, substâncias essenciais para a produção de tecnologias de energia renovável, como baterias, células solares e turbinas eólicas, também estão presentes em território potiguar, destaca Paulo. A crescente demanda global por esses minerais, impulsionada pela transição energética, os torna estratégicos para o processo de transição energética.

 

 

 

O presidente da CORIMEX, Sílvio Bezerra, destacou a importância do tema para o desenvolvimento do estado. “O Rio Grande do Norte tem potencial para se tornar uma pequena Minas Gerais, pela diversidade de minérios descobertos aqui. Está chegando a vez da mineração potiguar”, declarou.

 

Reunião abordou missões e eventos internacionais

O responsável técnico do Centro Internacional de Negócios (CIN-FIERN), Tainã Fernandes, fez uma apresentação sobre as estratégias da Rede CIN para fomentar a internacionalização das indústrias do estado, missões internacionais e o calendário de cursos do centro.

 

A reunião também contou com a participação da gerente de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Patrícia Orrico, que compartilhou informações sobre o Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), um dos principais fóruns de cooperação bilateral entre os dois países, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “É um momento importante de diálogo entre países para ampliar conexões e trazer temas que possam ser de interesse”, disse.

 

O cônsul honorário da Alemanha no RN, Axel Geppert, também participou do encontro e falou sobre as oportunidades entre Brasil e Alemanha. “A Alemanha e o Brasil estão conversando sobre o acordo União Europeia e Mercosul. Se acontecer, será muito bom. Tem tudo para o RN participar dessa relação bilateral. Temos anos de relações, através do SENAI, por exemplo”, disse Geppert.

 

João Costa, monitor do Núcleo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) no RN, também participou da reunião e fez uma apresentação sobre o novo ciclo que será operacionalizado no estado com foco na capacitação de empresas locais para acessar o mercado internacional.

 

Hub Investe RN

O Hub Investe RN, localizado no 1º andar da Casa da Indústria, também ganhou espaço na reunião. Apresentado pelo assessor técnico do Observatório da Indústria MAIS RN, Pedro Albuquerque, tem como objetivo conectar empresas, atores econômicos e institucionais a soluções que impulsionam o desenvolvimento e a inovação no ambiente de negócios do RN. “É toda uma estrutura de negócios. A ideia é ter o cliente na ponta e gerar negócios. Precisamos investir na internacionalização dos negócios do RN. Pela nossa posição, temos uma vocação logística”, disse.

 

Albuquerque destaca que o Hub deve promover um diálogo eficaz a fim de impulsionar o desenvolvimento do ambiente de negócios e a evolução do ecossistema industrial. “Uma das agendas do nosso presidente Roberto Serquiz, inspirado em agências de investimento de outros estados”, completa Albuquerque.