Crea-RN e SENAI instalam equipamentos para avaliar a qualidade do ar

1/06/2022   17h08

O vice-coordenador da Comissão de Meio Ambiente do Crea-RN, o conselheiro e engenheiro químico Thiago Negreiros, explica riscos de exposição à poluição

 

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RN (Crea-RN) e o SENAI, por meio do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), avaliam a partir desta quarta-feira (1º), até 04 de junho, a qualidade do ar em Natal, durante a Semana de Meio Ambiente.

 

O ponto escolhido para instalação dos equipamentos, que irão medir monóxido de carbono, MP 10, ozônio, dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre liberados no ar, será o estacionamento do Conselho, localizado na Av. Salgado Filho, 1840 – Lagoa Nova.

 

A poluição do ar é um problema que afeta a qualidade de vida tanto da população urbana quanto da rural. O monitoramento da qualidade do ar é fundamental para a Gestão Ambiental, uma vez que possibilita a promoção de ações em prol da qualidade de vida da população, fornecendo as informações necessárias para que os órgãos públicos possam planejar e executar ações para o controle da poluição atmosférica.

 

Segundo Lindomar Brito da Silva, especialista em engenharia de controle da poluição, do ISI-ER, a maior parte das emissões de monóxido de carbono, por exemplo, em áreas urbanas, é decorrente de veículos automotores.

 

No caso do SO2 – Dióxido de Enxofre, gás tóxico e incolor, a emissão pode ocorrer por “fontes naturais ou antropogênicas” e ele pode reagir com outros compostos na atmosfera, formando material particulado de diâmetro reduzido.

 

“Na maior parte das áreas urbanas, as atividades humanas são as principais fontes emissoras. A emissão antropogênica é causada pela queima de combustíveis fósseis que contenham enxofre em sua composição. As atividades de geração de energia, uso veicular e aquecimento doméstico são as que apresentam emissões mais significativas”, explicou ele.

 

Sistemas de medição por fluorescência pulsada de luz ultravioleta, por quimiluminescência (uma reação química) e um sistema de detecção por luz infravermelha estão entre os que serão utilizados para medições da qualidade do ar nestes três dias.

 

Lindomar Brito, do ISI: “Na maior parte das áreas urbanas, atividades humanas são as principais fontes emissoras”, diz sobre um dos gases que serão monitorados

 

Riscos da exposição

O excesso de carros, motos e ônibus nas ruas em Natal pode ser apontado como um dos maiores causadores de poluição. O vice-coordenador da Comissão de Meio Ambiente do Crea-RN, o conselheiro e engenheiro químico Thiago Negreiros, alerta que a exposição prolongada ao material particulado – MP, como os presentes nos aerossóis e emitidos pelos veículos, vem preocupando. “São partículas muito finas e microscópicas que, quando liberadas no ar, podem entrar facilmente nas vias respiratórias, causando problemas como asma, pneumonia e câncer de pulmão”, explicou Thiago.

 

As grandes cidades e regiões metropolitanas do Brasil têm na emissão veicular uma fonte significativa de partículas tanto por emissão direta como por emissão dos compostos primários que irão se converter em partículas. Estudos realizados em Porto Alegre apontam que tal região é responsável por 40% da emissão total do estado. Estando nela 20% da frota total do Rio Grande do Sul.

 

A ideia do Crea-RN e do SENAI é chamar a atenção da sociedade para cada um fazer a sua parte e cuidar da qualidade do ar que respiramos.

 

Equipamento instalado pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis vai monitorar gases usados como referência para aferir a qualidade de ar da região