“É importante que trabalhemos juntos, no Nordeste, por ações comuns”, destaca presidente da FIEMA

11/08/2021   17h10

 

 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Edilson Baldez das Neves, esteve em visita hoje à Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) para, junto com o presidente Amaro Sales, discutir o intercâmbio de ações para o desenvolvimento dos estados e do Nordeste. Confira abaixo a entrevista concedida por ele à Comunicação da FIERN:

 

Qual o foco da sua visita à Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte?

Antes do Rio Grande do Norte, nós estamos vindo da Bahia e, daqui, vamos ao Ceará. Estamos elaborando um plano de desenvolvimento para o estado do Maranhão, estou acompanhado de atores do Governo, como o secretário de Projetos Especiais do estado, Luís Fernando Moura da Silva, e o diretor da Emap – Empresa Maranhense de Administração Portuária e ex-governador José Reinaldo Tavares, que está trabalhando neste projeto. Estamos prospectando, conhecendo o que está acontecendo em nível de Nordeste para que possamos somar esforços, como sempre falamos na Associação Nordeste Forte, que o que é interessante para o Maranhão, também o é para o Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará.

Então, estamos levantando o que vocês estão desenvolvendo. Aqui, principalmente, com a abertura do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis. Porque pensamos em trabalhar com a energia por meio do hidrogênio, uma tecnologia que passa pelas energias eólica e solar. Acredito que o ISI-ER pode dar uma grande contribuição para a formulação do mapa eólico e solar do Maranhão, que ainda não temos. Nossa visita visa conhecer esse Instituto e ver como ele pode nos assessorar e apoiar na construção desse mapa.

 

O senhor acha que pode haver uma integração dos estados da região para discutir pautas comuns, não apenas com as energias, como também no âmbito portuário com a BR do Mar, a navegação de cabotagem?

Com certeza. Este é um tema que tratamos na Nordeste Forte que foi presidida pelo presidente Amaro e, hoje, é presidida pelo presidente Ricardo Cavalcante da FIEC. As dificuldades da região são praticamente as mesmas por isso é importante que trabalhemos juntos no desenvolvimento de ações que são comuns. Na questão portuária, nós temos o Porto de Itaqui com o calado mais profundo do Brasil. Recebemos grandes navios e fazemos interface com o mundo todo. Já aqui, no RN, o Porto de Natal tem uma capacidade menor de calado. Lá, recebemos graneleiro de 450 mil toneladas. Podemos instalar um hub e, de lá, com as linhas de cabotagem fazerem essa interface com todo o Nordeste. É importante discutir a infraestrutura. E por isso estamos aqui para debater com a FIERN.

 

No caso, promover um intercâmbio entre os dois estados. Aqui, no Rio Grande do Norte com as energias renováveis com potencial mais avançado?

O Rio Grande do Norte está bem a frente, tem Mapa de Energias, Mapa Eólico. Então, queremos pegar na fonte esse know-how para desenvolver o nosso junto com o Rio Grande do Norte.

 

O estado, por meio da FIERN, conta com o MAIS RN que é um Plano de Desenvolvimento Estratégico de longo prazo, que mostra potenciais, desafios e ações para atingir esse desenvolvimento. Essa troca de conhecimento pode ser feita também nesse âmbito?

Sem dúvidas. Lá atrás, quando desenvolvemos o nosso plano de desenvolvimento estratégico com a mesma empresa de consultoria que a fez o do RN. Estamos atualizando o nosso, desta vez junto com o governo do estado.

 

Como o senhor tem acompanhado a pauta nacional da indústria, com o debate das reformas tributária, administrativa?

Temos procurado contribuir com essa discussão. No Brasil, a indústria de transformação tem sido penalizada com a alta carga tributária e burocracia elevada. Estamos, através da CNI e Federação, trabalhando junto ao Congresso Nacional para que se acelere uma reforma tributária, mesmo que se mantenha a mesma carga tributária, mas que possa simplificar esse processo. Assim, como antecede uma reforma administrativa para que se reduza o Custo Brasil que nos impede ou dificulta a competitividade para o mercado internacional e até mesmo o nacional. Ficamos concorrendo com produtos importados e com dificuldades. Temos debatido muito a questão da exportação de commodities. O Brasil vem sobrevivendo há muito tempo da exportação de commodities de mineração, agrícolas. Queremos inverter um pouco esse viés porque na hora que exportamos commodities, nós estamos criando empregos lá e depois importamos o produto acabado. Precisamos criar empregos aqui no Brasil, no Nordeste, para gerarmos riquezas e assim melhorar a qualidade de vida das pessoas.