“É preciso fortalecer a cadeia produtiva, inserir o pequeno no negócio de petróleo e gás”, diz Zeca Melo

4/09/2020   16h01

 

O novo modelo de produção e exploração de petróleo onshore com a transferência para empresas privadas, a partir da venda dos campos da Petrobras, no RN, representa o fortalecimento da cadeia produtiva de petróleo e gás do estado. A avaliação é do diretor-superintendente do Sebrae/RN, José Ferreira de Melo Neto, que participou da reunião de Diretoria da FIERN realizada, por videoconferência, na manhã desta sexta-feira (4/09). Zeca Melo participou da palestra “O impacto das medidas de desinvestimentos da Petrobras para o Rio Grande do Norte e as perspectivas para o mercado de petróleo e gás” junto com o secretário-executivo da ABPIP, Anabal Santos Jr.

 

O diretor do Sebrae/RN defendeu a criação de um ambiente favorável para atração de novos investimentos de modo a gerar uma cadeia produtiva para abastecer as empresas que estão se instalando no estado. “É nisso que precisamos trabalhar, na criação de um ambiente favorável, no fortalecimento da cadeia produtiva local. Há muito o que se fazer no polo petroquímico, quanto ao porto, mas não se pode perder de vista o que é necessário para agora, é preciso fortalecer a cadeia produtiva de fornecedores, inserir o pequeno no negócio do petróleo e gás, mapear o que pode ser comprado do RN, potencializar a capacidade o uso de mão de obra, que está ociosa e que foi altamente capacitada pelo SENAI. Temos mão de obra e estrutura sofisticadas no RN, em Mossoró”, afirmou.

 

O anúncio da venda dos ativos de campos terrestres e em águas rasas, segundo ele, é a melhor notícia que o estado pode ter em meio ao contexto de crise gerado por pandemia. “Há dez anos, estamos buscando a retomada de investimentos por parte da estatal. Essa venda significa que teremos ovos investimentos no setor e com grandes resultados para o RN. Ninguém aporta 400 milhões de dólares, como a PetroReconcavo, e mais de 100 milhões de dólares, como 3R, sem querer retorno. Já se vê o aumento da produção. E outros investimentos se abrem com a oportunidade de outras empresas independentes”, disse Zeca Melo.

 

Neste novo momento do mercado de petróleo, ele chamou atenção para o papel da Federação das Indústrias do RN e do CTGAS-ER. No ano passado, frente à decisão de desinvestimento da Petrobras e venda de ativos, a FIERN buscou a articulação com empresários e rede de fornecedores locais, entidades representativas, órgãos reguladores e o Ministério de Minas e Energia para tratar a restruturação do setor no estado.

 

O protagonista desta articulação e coordenação feita na área de petróleo e gás no RN deve ser, necessariamente, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte. Parabenizo, aqui, Amaro Sales pela articulação que vem sendo feita’, afirmou. “O CTGAS precisa se aliar as novas empresas que estão chegando, produzindo tecnologia, com startups, cleantechs, para produzirmos petróleo e gás de forma sustentável com os pequenos. A nossa expectativa é grande e o Sebrae se coloca a disposição para contribuir”, acrescentou.

 

E destacou o peso do setor petroleiro no estado. A produção terrestre que já chegou a atingir 117 mil barris/dia, nos últimos anos, declinou para 25 mil barris/dia. Mesmo enfrentando dificuldades com efeito direto na economia com a queda de produção e, consequentemente, de receita do estado, o setor responde por 40% do PIB industrial do RN. “Produzindo cerca de 30 barris por dia, o setor ainda representa 40% do PIB industrial do RN. Mesmo caindo de 10% para 1% da produção nacional, é um setor importantíssimo para economia, para geração de emprego, renda, arrecadação”, disse.

 

O Sebrae/RN tem forte participação no setor com a criação da Redepetro, promoção de feiras, missões internacionais e rodadas de negociação do setor, o processo de certificação e o Mossoró Oil&Gas.

 

Por Sara Vasconcelos, jornalista Unicom/FIERN