Durante reunião da Diretoria da FIERN, vice-presidente do Banco da América Latina destaca perspectiva das MPEs

11/12/2020   15h52

As micro e pequenas empresas (MPEs) terão, em 2021, desafios conjunturais para superar, mas oportunidades de inovação e ganhos produtividade, com recursos que se apresentam nas plataformas digitais e tecnologias que se disseminam de forma crescente no país. O prognóstico foi feito pelo vice-presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina e professor de Economia da Universidade de Brasília, Jorge Arbache, durante palestre proferida na reunião virtual da Diretoria da FIERN, nesta sexta-feira (11/12).

 

Ao apresentar a palestra do professor Jorge Abache, que também é colunista do jornal Valor Econômico, o presidente da FIERN, Amaro Sales de Araújo, destacou a importância das MPEs para a economia do país uma vez que elas representam mais de 50% da empregabilidade nacional e 99% dos estabelecimentos empresariais constituídos no Brasil.

 

 

 

 

Jorge Abache destacou, na exposição ao dirigentes e gestores da FIERN, as “Perspectivas e Oportunidades de Recuperação para Pequenas e Médias Empresas”. Ele lembrou que, após um período de crescimento, a economia brasileira entrou em um fase de forte desaceleração em 2014, com queda de PIB per capita acumulada de 9,5%. “A economia vinha com dificuldades e entra debilitada na pandemia”, disse. Por isso, acrescentou, é tão importante a retomada para que se tenha uma melhora nos índices de emprego e redução da informalidade.

 

 

Com relação às pequenas e médias empresas elas correspondem têm a 99% aos estabelecimentos formais, citou o economista durante a palestra, um percentual que é semelhante às de economias como às da União Europeia (UE). A diferença é a característica do setor no Brasil e em economia como a norte-americana, europeia e alguns países asiáticos. No Brasil, as micro e pequenas ainda tem produtividade média que fica 20% inferior às da UE.

 

Além disso, as MPEs brasileira têm atividades mais relacionadas ao consumo. Enquanto no continente europeu, nos Estados Unidos, Japão e China estão presentes em uma proporção ao longo de toda a cadeia de produção. Com isso, a contribuição estas empresas agrega valor ao longo do conjunto do arranjo produtivo de um setor econômico.

 

Essas características das MPEs nacionais podem significar obstáculos para que se tenha “saltos de desenvolvimento”. Mas, apontou o economista, há chance de engajamento em inovação e tecnologia, que pode significa ganhos de competitividade e uma nova tendência que proporcione um crescimento e geração de emprego e renda. Este período que exigiu a ampliação do uso de meios digitais, apontou o palestrante, mostrou que há oportunidades em novas plataformas e na internet que devem aproveitadas de uma maneira crescente e cada vez com mais qualidade.

 

Mas, para isso, reforçou, é necessário capacitar os colaboradores. Alguns já usam os meios digitais em seu cotidiano, no entanto precisam assimilar os meios que levem para a aplicação nas empresas de aplicativos que estão disponíveis no dia a dia. Ou a adoção de programas que são semelhante aos que aproveitam para suas comunicações pessoais e podem reduzir custos nas suas atividades profissionais e assegurar ganhos de produtividade.

 

Para Jorge Arbache, as empresas que sobreviveram às crises, principalmente neste período de pandemia, se mostraram fortes. “É possível que essas empresas no final do ano que vem estejam melhores, porque de alguma forma repensaram seus modelos de negócio e se adaptaram às mudanças do mercado consumidor, colocaram o cliente no centro. São aspectos que parecem óbvios, mas nem sempre lembrados”, concluiu.