FIERN defende educação profissional no Seminário Motores do Desenvolvimento

22/11/2021   17h23

 

Na edição do Seminário Motores do Desenvolvimento que discutiu o “Futuro da Educação e da Ciência no pós-pandemia”, nesta segunda-feira (22), coube ao diretor tesoureiro da FIERN, Roberto Serquiz, estimular o debate sobre a importância do ensino profissionalizante para uma formação inclusiva.

“Os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a Comunidade Europeia valorizam bastante essa formação, que pode dar uma capacitação aos jovens com mais agilidade, o que colabora para o país ter uma educação para todos e sistemática, que foi abordada no Seminário”, destacou Roberto Serquiz, durante o debate no auditório do Hotel Barreira Roxa, onde foi realizado o evento.

 

Para o diretor da FIERN, as discussões ao longo do Seminário demonstram o papel relevante da Educação, que é fundamental para abrir oportunidades de crescimento. “A educação é um vetor transformador que traz oportunidades de emprego, qualificação e transforma vidas. Esse é um momento para que se reflita. O maior desafio é encontrar o equilíbrio entre o retorno presencial e o ensino remoto”, afirmou Serquiz.

 

 

Ele lembrou que o período da pandemia teve um impacto na educação e esse debate é importante para a retomada também no ensino. “Essa é uma análise que precisa ser amadurecida e aprofundada, até porque existe uma necessidade de investimentos em educação, e essas experiências inovadoras podem ajudar. O Seminário contribuiu nessas reflexões”, avalia.

 

“Uma política de desenvolvimento [com ênfase] na formação profissional é fundamental, e o Brasil precisa apostar no vocacional, o que ocorre nesses casos”, afirmou o ex-ministro José Henrique Paim Fernandes, um dos palestrantes do “Motores do Desenvolvimento”.

 

Para Paim, que também é professor e diretor do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Estado precisa garantir igualdade de oportunidades. O grande desafio, no Brasil, para o ensino superior, disse Paim, é rever políticas públicas de incentivo, de financiamento, redesenhá-las e aprimorá-las.

“Se o estado brasileiro não se preocupar em garantir políticas para que o jovem possa acessar a universidade vamos ter situação muito grave no Brasil”, alertou.

 

Segundo ele, o aluno deve ter um acompanhamento do professor em uma educação de qualidade. “Precisamos que seja feito o acompanhamento de cada aluno através do professor e criar a cultura nesse sentido. Esse acompanhamento é essencial. Começa com o professor, mas passa pelo diretor, pela secretaria, pelo Governo Federal”, comentou.

 

Ciência e tecnologia no combate à pandemia

Na abertura do evento, a governadora Fátima Bezerra enfatizou que a ciência e a tecnologia demonstraram que são essenciais ao ajudar no combate à pandemia. “As nossas academias, a UERN, a UFRN, tiveram papel muito importante na linha de frente de combate ao coronavírus. Isso é ciência, tecnologia e inovação. Desde o acompanhamento no processo de regulação até o processo de vacinação, o que é fundamental para que a gente possa avançar cada vez mais”, apontou.

 

O diretor da Andifes, Marcos Vinicius, ressaltou as possibilidades do ensino remoto como legado da pandemia. Mas, ponderou, é preciso observar as necessidades de cada nível de ensino no retorno das aulas presenciais.

“Temos situações diferentes da educação básica, na qual o aluno mora próximo da escola. Há problemas econômicos e de mobilidade quando se manda um aluno universitário retornar presencialmente. Há todo um legado de ensino remoto e precisamos fazer ampla adaptação para o retorno das aulas presenciais nas universidades”, disse.

 

Educação básica e profissionalizante

O reitor da UFRN, José Daniel Diniz, destacou em seu discurso que a educação básica não pode ser negligenciada. “As perdas na educação básica impactarão também no ensino superior. Não há como tratar esses níveis de maneira descolada. A evasão é outro problema que poderá causar consequências desastrosas se não forem enfrentadas”, ressaltou.

 

A educação profissional também foi citada pelo presidente da Fecomércio, Marcelo Queiroz, que reforçou a observação feita por Roberto Serquiz. “A Alemanha tem a formação dual, no qual quando o aluno termina o equivalente ao ensino médio, está preparado para trabalhar nas empresas”, observou.

 

Durante o Seminário também houve palestrantes de Marcus Vinícius David, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes); e da vice-presidente acadêmica da Ânima Educação, Denise Campos.

 

Gestores do Sistema FIERN entre os quais o diretor regional do SENAI-RN, Emerson Batista, o superintendente regional do SESI-RN, Juliano Martins, e o coordenador do Mais RN, José Bezerra Marinho, também participaram do Motores do Desenvolvimento.