FIERN e BNB debatem medidas para renegociação de dívidas com os Fundos

12/05/2021   20h20

A importância da renegociação de dívidas com os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste para a retomada da economia foi tema de videoconferência, promovida pela FIERN, com participação do superintendente do Banco do Nordeste, Thiago Dantas. O encontro online reuniu diretores da Federação e representantes do setor produtivo, na noite desta quarta-feira (12).

 

O presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, pontuou que a crise gerada com a pandemia da Covid-19 afetou o setor da indústria causando a quebra de planejamento das empresas. E reiterou a importância de medidas que facilitem a renegociação de dívidas, bem como o acesso ao crédito para a ajudar as empresas com soluções para os endividamentos no processo de recuperação econômica.

 

 

Amaro Sales, presidente da FIERN

 

“Medidas, como a MP 1016, são muito esperadas pelo setor da indústria para ajudar a sanar a inadimplência. Eu venho acompanhando essa discussão de perto nos últimos anos. Um trabalho árduo com elaboração de propostas, por meio da Nordeste Forte e com o apoio da CNI, que pode beneficiar milhares de empresas e destravar o crescimento das regiões menos desenvolvidas”, disse.

 

Amaro Sales também colocou à disposição dos empresários a estrutura do Núcleo de Acesso ao Crédito da FIERN (NAC) para ajudar a identificar as empresas que se enquadrem nas regras para renegociação e promover a intermediação junto ao BNB.

 

O superintendente do Banco do Nordeste, Thiago Dantas, explicou que a renegociação já está disponível, nos termos aprovados na Câmara, e destina-se a empréstimos feitos há pelo menos sete anos e lançados no balanço do respectivo fundo como prejuízo parcial ou total, abrangendo parcelas em atraso. O prazo de pagamento é de até 120 meses.

 

 

Thiago Dantas, superintendente BNB Foto: Divulgação BNB

 

No dia 28 de abril, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da Medida Provisória 1016/20, que prevê que o pedido de renegociação de empréstimos junto a esses três fundos poderá ser feito sempre que o interessado reunir as condições estipuladas, mas aqueles que os renegociarem até 31 de dezembro de 2022 terão descontos e bônus maiores.

 

Entretanto, Dantas observa que pode haver mudanças até o fim do trâmite no Congresso e sanção de lei, implicando em novas regras.

 

Ele também apresentou as condições adotadas pelo BNB para renegociação de dívidas, com a Resolução 4.908/2021, que prevê carência até dezembro de 2021 e pagamento para janeiro de 2022, com prazo adicional de até 12 meses ao final do contrato. “É uma medida que tem efeito direto no fluxo de caixa, dando mais condições para essa estruturação”, afirma.

 

Para 2021, o BNB tem orçamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) de mais de R$ 1 bilhão para contratação de empréstimos, sendo R$ 300 milhões destinados às Micro e Pequenas Empresas, tanto para capital de giro quanto para investimentos.