FIERN e Petrobras debatem situação do setor petroleiro do RN, na Casa da Indústria

27/11/2019   18h48

 

 

A restruturação da indústria de petróleo e gás do Rio Grande do Norte foi o tema tratado em reunião entre a FIERN e executivos da estatal, nesta terça-feira (27). Se por um lado, a política de retirada de investimentos da companhia está mantida, por outro, investimentos em outros campos do RN, como o Canto do Amaro, está garantido pela Petrobras junto a Agência Nacional do Petróleo – ANP. A informação foi confirmada pelo gerente executivo de Relacionamento Externo da Petrobras, Fernando Assumpção Borges, e pelo gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará, Tuerte Amaral Rolim, durante o encontro com o presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, na Casa da Indústria.

 

 

A decisão da retirada de investimentos e venda de ativos, segundo explica o gerente executivo Fernando Borges, abre espaço para que novas empresas possam atuar em áreas antes exclusivas da estatal. Uma vez que em todos os segmentos de negócios (refino, gás natural, energia, E&P e outros) e movimento da companhia estão previstas iniciativas deste tipo, para concentrar os investimentos em exploração e produção em águas profundas. A produção atingiu 2.5 bilhões de barris em 10 anos no Pré-Sal.

 

 

 

O foco do investimento em águas profundas, afirma o gerente executivo, leva a um reposicionamento do investimento em outros negócios. Ele apresentou o Posicionamento Estratégico e Gestão Ativa de Portfólio.

 

 

Na Petrobras, a gestão do portfólio de E&P considera a venda de 183 campos em terra e águas rasas, dentro os quais 45 da Bacia Potiguar. Na cadeia de suprimento de gás natural, por exemplo, a previsão é reduzir investimentos e futura participação da Petrobras no mercado, podendo o market share cair pela metade em algumas atividades, como em processamento e comercialização que passaram dos atuais 100% e 95%r para 50% e a produção, de 70% para 50%.

 

 

 

 

O presidente da FIERN, Amaro Sales, destacou a importância do setor, responsável por 45% do PIB industrial do estado e externou preocupação com o atual processo de desinvestimento da Petrobras no RN – que já representa, redução de 6% da participação no PIB, o equivalente a um recuo de R$ 931 milhões (2012-2018).

 

 

Com a saída da Petrobras, o setor de petróleo e gás enfrenta queda na produção e crise, que afeta a economia do estado. Maior produtor de petróleo onshore (em terra) do país, o Rio Grande do Norte já chegou a produzir 100 mil barris/dia, hoje, produz 38 mil barris/dia.

 

 

O presidente defende a maior abertura do diálogo entre companhia e empresariado local, bem como mecanismos compensatórios. Ele pondera que a conjuntura pode representar novas oportunidades de negócios, com a entrada de empresas de pequeno e médio portes, que poderão ganhar a concessão de exploração e produção dos campos no estado.  “A nossa preocupação é de que a política de desinvestimentos adotada pela companhia seja superior aos investimentos que venham a ser feitos pelas novas empresas. Precisamos encontrar soluções, debater. Convidei-os a participar de uma reunião de nossa diretoria, para estreitar relacionamento e dar mais esclarecimentos para a construção de soluções para o estado”, destacou Amaro Sales.

 

Ele lembra que já há um movimento para a revitalização do setor petroleiro potiguar, com a participação de empresas locais na compra de ativos e concessões para assumir os campos Criado para ampliar a produção de petróleo e gás natural em campos terrestres em todo país, o Programa de Revitalização das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres (Reate), busca, por meio de concessão de exploração e produção à iniciativa privada, ampliar a competitividade da indústria petrolífera onshore nacional.

 

 

O presidente também destacou o potencial do Rio Grande do Norte no âmbito de tecnologia e inovação voltados à indústria de petróleo, gás e energias renováveis, com laboratórios arrojados, projetos e serviços oferecidos pelo CTGAS-ER, o ISI-ER, SENAI Mossoró e IST Mossoró.

 

 

Participaram também da reunião, o diretor da FIERN Roberto Serquiz, o diretor regional do SENAI-RN Emerson Batista, o diretor do CTGAS-ER e ISI-ER Rodrigo de Mello e o assessor da presidência Hélder Maranhão.

 

 

Por Sara Vasconcelos

Jornalista Unicom/FIERN