A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) recebeu, na manhã desta quarta-feira (28), representantes do Ministério Público do Trabalho no RN (MPT-RN) e da Universidade Federal do RN (UFRN) para discutir as oportunidades e os desafios da coleta seletiva em Natal. O encontro aconteceu na Casa da Indústria e teve como objetivo promover o intercâmbio de informações entre as instituições e discutir estratégias para fortalecer a atuação das cooperativas de catadores e ampliar os benefícios da reciclagem.

 

Durante a reunião, as instituições compartilharam experiências e perspectivas sobre a estruturação da coleta seletiva no município, a inclusão socioprodutiva dos catadores e o papel das cooperativas na gestão de resíduos sólidos. A proposta é que esse diálogo contribua para o desenvolvimento de um plano de ação que una esforços institucionais em torno do tema.

 

O diretor 2º secretário da FIERN e presidente do Sindicato da Indústria de Reciclagem e Descartáveis do Estado do RN (SINDRECICLA-RN), Etelvino Patrício, recebeu os representantes e destacou a importância da parceria entre os setores público, acadêmico e industrial. “Estamos reunindo forças com o MPT e a UFRN para tratar de um tema que afeta toda a sociedade. A coleta seletiva vai além da questão ambiental, envolve também responsabilidade social e desenvolvimento local”, afirmou.

 

Ele também ressaltou a sensibilidade do presidente da FIERN, Roberto Serquiz, com a temática, e lembrou a sua atuação como fundador e primeiro presidente do sindicato. “A Federação, pela sensibilidade e pela atuação do próprio presidente Roberto Serquiz, que foi o nosso primeiro presidente, entende também a importância da Federação estar engajada nesse assunto”, completa.

 

 

A subprocuradora-geral do Trabalho, Ileana Mousinho, ressaltou que o projeto discutido está alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), com foco na valorização do trabalho realizado pelos catadores organizados em cooperativas. Segundo ela, a atuação integrada entre o MPT, a UFRN e a FIERN favorece a construção de soluções que promovam o respeito aos direitos humanos.

 

“Essa é uma forma de reduzir desigualdades, garantir renda digna e valorizar um trabalho essencial para a sustentabilidade. A participação da FIERN é fundamental, pois envolve os empresários do setor de reciclagem, por meio do sindicato. Quando a indústria compra materiais de cooperativas acompanhadas por instituições como a UFRN, ela está aderindo a práticas que respeitam os direitos humanos e promovem o trabalho decente, alinhando-se às políticas ESG”, destacou a subprocuradora.

 

Já o professor Washington Sousa, representante da UFRN, apresentou a atuação da universidade na incubação de grupos produtivos e na qualificação de cooperativas. Ele explicou que o apoio técnico busca fortalecer a autogestão e garantir a sustentabilidade das iniciativas voltadas à coleta e reciclagem de resíduos. “Trabalhamos com gestão social e atuamos na incubação de grupos de catadores para fortalecer o cooperativismo com transparência e controle coletivo. Nosso objetivo é qualificar essas associações para que operem de forma estruturada e autônoma”, explicou.

 

Também participaram da reunião, a primeira tesoureira do SINDRECICLA-RN, Fernanda Beatriz; e o servidor técnico da UFRN, Romualdo Marroque.