O governo pretende trabalhar junto com a indústria pelo futuro do país. É o que garante o presidente Jair Bolsonaro para uma plateia de cerca de 650 empresários, nesta quarta-feira (11), durante encontro com industriais, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Ele se colocou à disposição do setor para modificar decretos que possam ser obstáculos ao desenvolvimento do país. E ressaltou que pretende colaborar com o crescimento da indústria.

 

 

“Temos meios de realmente mudar o Brasil. Não me encare como patrão, eu sou o empregado de vocês. Não é favor atendê-los. É obrigação. Vamos juntos trabalhar o futuro do país”, disse.

 

 

Jair Bolsonaro recebeu do presidente Robson Braga de Andrade o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial, a mais alta condecoração entregue pela CNI. A comenda é destinada somente a presidentes da República.

 

 

 

 

 

O presidente Jair Bolsonaro também elogiou o trabalho da CNI, que coordena o Sistema Indústria, do qual fazem parte o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI). Ele afirmou que as entidades têm papel destacado na formação de profissionais. “Agradeço o trabalho da CNI, que também nos ajuda na formação de mão de obra adequada”, enfatizou. Participaram da solenidade os ministros Paulo Guedes, da Economia; Osmar Terra, da Cidadania; o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo;  além do assessor do GSI, general Eduardo Villas Bôas.

 

 

A Agenda da Indústria foi apresentada pelo presidente Robson Andrade, que reforçou a necessidade da reforma tributária, investimentos em infraestrutura e o fortalecimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como prioridades do Brasil em 2020.

 

 

 

A reforma tributária deve substituir tributos federais, estaduais e municipais pelo Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) Nacional. E criar um fundo de desenvolvimento regional, que incentive os investimentos em áreas menos favorecidas e busque a redução das desigualdades entre as diversas regiões do país.

 

 

O novo marco do saneamento básico e o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que prevê concessões de ferrovias, aeroportos, portos e rodovias e a privatização da Eletrobrás e dos blocos de exploração do pré-sal, foram apresentadas na pauta de infraestrutura.

 

Medidas adotadas pelo governo, como a modernização das relações do trabalho, a reforma da Previdência e as ações voltadas à redução da burocracia são, na avaliação de Robson Andrade, responsáveis pela retomada da economia. “Os avanços do governo em diversas áreas são notáveis e a expectativa da indústria é que o país continue avançando”, disse o presidente da CNI.

 

 

 

Representando a região Nordeste, o presidente da FIERN e da Associação Nordeste Forte, Amaro Sales de Araújo, defendeu projetos estruturantes de segurança hídrica, como a transposição das águas do Rio São Francisco, de infraestrutura logística, como a ferrovia Transnordestina, e um novo olhar para os negócios da região. E ressaltou a importância da articulação institucional do Sistema Indústria com a Presidência da República, sobretudo, quando o País retoma o esforço do desenvolvimento econômico.

 

 

“O Nordeste não é problema. O Nordeste é solução para o Brasil”, frisou o presidente do Sistema FIERN, em seu discurso.

 

 

Para Amaro Sales, alternativas que passam pelas reformas, privatizações, concessões públicas e outros instrumentos de parceria público-privada são decisivas para consolidar o crescimento econômico e merecem apoio e empenho da classe empresarial e da sociedade. “O aparelho estatal precisa respirar e investir; a iniciativa privada precisa ter segurança jurídica para também investir. Juntos, Estado e empreendedores, revigoram o ciclo virtuoso da economia”, afirmou.

 

 

Além de Amaro, apenas cinco presidentes de Federações da Indústria – Afonso Ferreira, vice-presidente da CNI, Gilberto Petry (FIERGS), Antônio Carlos da Silva (FIEAM) e Flávio Roscoe (FIEMG)  -, discursaram representando sua região e apresentando pleitos e sugestões ao presidente da República.

 

 

“Essa relação de confiança que o governo está criando para o empresário é fundamental. Confiança é tudo”, disse o ministro Osmar Terra. Ele ressaltou ainda que precisa da participação da classe empresarial e setor da indústria para viabilizar empregos a jovens cadastrados no Bolsa Família.

 

 

 

O secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, ressaltou que o atual governo iniciou uma reindustrialização no país. “A indústria está aumentando a sua participação no PIB. Isso é um sinal de que estamos no caminho certo. Estamos revertendo uma tendência desde a década de 1980. Esse ciclo está sendo revertido neste ano. Menos governo atrapalhando e mais empresa trabalhando. Estamos construindo as bases para um Brasil mais moderno”, disse Carlos da Costa.

 

 

Convênios

Durante o encontro, o presidente da CNI assinou dois acordos com o governo. Um do SENAI com o Ministério da Economia, que prevê a oferta de 1,32 milhão de matrículas em cursos do SENAI, assim como atendidas 46,8 mil empresas até 2022 com consultorias e serviços técnicos.

 

 

Com o SESI foi firmado o plano de trabalho de acordo com o que já havia sido assinado com o Ministério da Cidadania para o atendimento a 800 mil jovens de 18 a 29 anos, inscritos no Cadastro Único do governo federal, com prioridade para beneficiários do Bolsa Família.

 

 

Delegação Potiguar

Participaram do evento, os diretores da FIERN e presidentes de Sindicatos filiados, o diretor primeiro secretário Heyder Dantas, o diretor primeiro tesoureiro Roberto Serquiz, Conceição Tavares, José Garcia da Nóbrega, Francisco Vilmar Pereira, Marinho Herculano, Ricardo Valença, Alberto Serejo, Gustavo Henrique Calafange, Edilson Trindade. O presidente do Sinduscon/Mossoró Sérgio Freire, o presidente do Sindipan Ivanaldo Maia, o presidente do Sindpan/Mossoró Cesário Melo, o presidente do Sindminerais Mário Tavares, o presidente do Sindipesca Gabriel Calzavara, o presidente do sindal Ednaldo Mendonça, o delegado do Sinecim Marcelo Rosado, o delegado do Sindbones Jaedson Dantas, o vice-presidente do Siesal Airton Torres, o delegado do Sindplast Antonio Tavares.

 

 

Confira a análise do presidente Amaro Sales sobre o evento.