Indústria potiguar homenageia Francisco Souto Filho

25/02/2022   13h47

Soutinho, ao lado da esposa Edith, recebe do presidente Amaro Sales a Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore Foto: Moraes Neto

 

Exemplo para os empreendedores, referência na indústria potiguar, ícone para os empresários, um investidor além do seu tempo. Assim, empresários, líderes de entidades representativas da indústria potiguar, governantes e autoridades se referem ao legado de Francisco Ferreira Souto Filho — que faleceu, na quinta-feira (25), em Mossoró, aos 95 anos. E reconhecem em Soutinho, como o empresário era conhecido, o símbolo da capacidade empreender, gerar riqueza, oportunidades e postos de trabalho.

 

“Soutinho, como era conhecido, foi um exemplo para todos os empresários potiguares. Arrojado como empreendedor, sempre com uma visão à frente do seu tempo, construiu uma trajetória que se confunde com a da indústria salineira no RN”, afirmou Amaro Sales de Araújo, presidente da FIERN.

 

“Ele foi ativo e presente até o fim. Sempre com ponderação, equilíbrio, como deve ser realmente, um líder do setor industrial. Foi um grande gerador de empregos e riqueza para o Estado”, reconheceu o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado.

 

“Deixa importante legado de trabalho na indústria do sal para Mossoró e Rio Grande do Norte”, acrescentou o prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra.

 

Francisco Souto Filho faleceu na quinta-feira (24). Ele estava internado no Hospital Wilson Rosado em Mossoró, onde chegou com pneumonia, que se agravou e, com as complicações, não resistiu. Soutinho faria 96 anos em agosto.  Coube à esposa, Edith Souto, confirmar o falecimento. “É com profundo pesar que comunico o falecimento de Francisco Ferreira Souto Filho, Soutinho “, comunicou ela, em mensagem a amigos e familiares, na noite de quinta.

 

Na mesma noite, as notícias e mensagens de reconhecimento pela trajetória do empresário começaram a ser veiculadas. Os ex-presidentes da Federação das Indústrias expressaram a importância do empreendedor para o setor produtivo potiguar. “Soutinho foi um grande empresário. Merece todo o reconhecimento da indústria do Rio Grande do Norte”, destacou Fernando Bezerra, que também presidiu a CNI.

 

Para Abelírio Rocha, ex-presidente da FIERN, Francisco Souto está entre os principais empresários da história da economia potiguar, ao lado de João Câmara e Nevaldo Rocha.

 

“Soutinho foi um empresário além do seu tempo. Um empreendedor que é um ícone para o setor produtivo potiguar. Uma referência que fez história com empresas no setor salineiro, mas sua trajetória vai além disto. Também enveredou nas finanças, ao constituir um banco”, disse Flávio Azevedo.

 

Soutinho nasceu em Areia Branca, no dia 7 de agosto de 1926; e sua trajetória se confunde com a história da indústria salineira no Rio Grande do Norte. Ele foi presidente do Sindicato da Indústria da Extração do Sal do Estado (SIESAL-RN) por 62 anos.

 

Abandonou o curso de Direito para assumir os negócios da família. Na época, isso consistia em algumas fazendas, ações e salinas na região Oeste, nas cidades de Areia Branca, Grossos e Mossoró. Em 1953, ele participou ativamente da fundação do SIESAL e foi eleito o primeiro presidente da entidade. E foi reconduzido para a função por mais de seis décadas. Ele só deixou o posto em 2020.

 

Seu sucessor na função, Airton Torres, descreveu-o como um exemplo para o setor empresarial. Francisco Souto foi um dos membros fundadores da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN). Integrou a Associação Brasileira de Extratores e Refinadores de Sal, por mais de 40 anos.

 

A atuação como empresário lhe rendeu inúmeras homenagens. Em maio de 2010, foi agraciado com a Ordem do Mérito Industrial, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa é a mais alta comenda da indústria brasileira.

 

Em 2021, foi homenageado pela FIERN com a “Medalha do Mérito Industrial Walter Byron Dore”, concedida anualmente aos que se destacaram como apoiadores e incentivadores do progresso da indústria do Rio Grande do Norte.

 

Em 1976 casou-se com Edith Fernandes Souto, que em 2011 lançou a biografia “Trabalhar e viver o que puder”, em parceria com Jacques Cassiano Fernandes Vidal, que narra os principais momentos da trajetória de vida do empresário. O livro foi lançado em 2011, em solenidade na Federação das Indústrias.