Indústria potiguar segue enfrentando dificuldades com a falta de insumos e matérias-primas

13/12/2021   11h52

 

A pandemia da Covid-19 provocou uma desorganização nas cadeias de fornecimento do mundo inteiro, provocando escassez e aumento de preços de vários tipos de insumos e matérias-primas. A duração do obstáculo tem sido mais longa do que o esperado. No que diz respeito às indústrias brasileira e potiguar, a CNI em parceria com a FIERN, vêm monitorando o problema com a pesquisa O Mercado de Insumos e Matérias-primas e a Indústria. Desde o ano passado, já foram realizadas quatro rodadas de consultas sobre o tema: em outubro e novembro de 2020; e em fevereiro e outubro de 2021. Os resultados da última são apresentados a seguir. Alguns painéis foram confrontados com os das três séries anteriores, com o intuito de se examinar a evolução do problema.

 

A presente edição da sondagem especial Mercado de Insumos e Matérias-primas e a Indústria Potiguar contou com a participação de 41 empresas, sendo 27 das indústrias Extrativas e de Transformação e 14 da indústria da Construção. A consulta foi realizada entre os dias 1º e 15 de outubro de 2021.

 

Em outubro de 2021, os problemas de abastecimento de insumos e matérias-primas continuavam atingindo a atividade industrial potiguar, tanto no que diz respeito a materiais de origem nacional quanto importados, independentemente do setor. Tomando por base os resultados da Sondagem Especial, pode-se inferir que a maioria das empresas do parque industrial do estado é afetada pelo estrangulamento das cadeias globais de produção: 68% afirmaram enfrentar dificuldades para adquirir insumos nacionais e 78% produtos de origem estrangeira. Em termos gerais, observa-se um recuo na proporção de empresas com problemas no mercado de insumos domésticos. Porém a evolução tem sido divergente segundo os segmentos. Enquanto na indústria da Construção há decréscimo no percentual de empresas afetadas, no grupo de Extrativas e de Transformação destaca-se aumento.

 

Mesmo assim, o índice de gravidade do problema vem caindo desde o segundo levantamento, em novembro de 2020, quando 40% das empresas reportaram enfrentar muita dificuldade para obter insumos a matérias-primas nacionais, até outubro último quando apenas 17% se enquadravam nesta condição.

 

Quanto à superação do gargalo, em outubro de 2021, as expectativas variavam segundo o setor industrial e a origem dos insumos. Em termos gerais, mais da metade dos empresários do conjunto da indústria (58%) espera que a normalização do gargalo dos insumos importados ocorra até o primeiro trimestre de 2022, mas em relação aos materiais produzidos no país, o prazo previsto pela maioria (61%) se estende até o segundo semestre de 2022. Entre os segmentos, a Indústria da Construção se encontra mais otimista: 100% dos empresários aguarda normalização na oferta dos importados já no primeiro trimestre de 2022 e a dos domésticos até o segundo trimestre (64%). Em contrapartida, a maior parte dos empresários do segmento Extrativo e de Transformação espera regularização no acesso até o segundo semestre de 2022, sejam os insumos de origem nacional (55%), sejam importados (55%).

 

Os resultados nacionais da consulta de outubro de 2021, divulgados pela CNI no dia 2 de dezembro, são semelhantes aos potiguares. No conjunto do país, por exemplo, 69% das empresas das Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e 75% das empresas da Indústria da Construção afirmam ter encontrado dificuldade para obter os insumos e/ou matérias-primas domésticos necessários à produção. Os problemas de abastecimento alcançam também as empresas que usam insumos importados, 72% das empresas do segmento Extrativo e de Transformação e 80% das da Construção apontaram dificuldade de acesso às matérias-primas importadas, mesmo pagando mais caro por elas.

 

No que se refere a expectativa de normalização do fornecimento das matérias-primas, quer seja no mercado interno ou no externo, independentemente do setor, a maioria dos empresários espera de isso se realize até o segundo trimestre de 2022.

 

Para ler a Sondagem Especial do RN na íntegra os interessados podem acessar: https://www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2021/12/Sondagem-Esp-Mercado-de-Insumos-e-Materias-Primas-na-Industria-do-RN_dezembro-2021.pdf

 

Para maiores informações sobre a última Sondagem nacional, favor acessar o link: https://static.portaldaindustria.com.br/portaldaindustria/noticias/media/filer_public/82/61/82611b75-3ea8-4709-bc45-febddfba1c29/mercado_de_insumos_e_materias-primas.pdf