Inovação melhora gestão de segurança e saúde na indústria brasileira

20/07/2018   13h32
A construtora  catarinense  Pasqualotto está construindo o maior edifício da América Latina: duas torres de 280 metros em Balneário Camboriú (SC). O complexo residencial, que será concluído em 2020, já está com 56 andares – de um total de 81 – e, à medida que a construção fica mais distante do solo, aumentam os riscos de acidentes. Para garantir mais segurança aos 300 trabalhadores envolvidos na obra, a empresa aposta em uma tecnologia pioneira de inteligência artificial que monitora em tempo real riscos no canteiro de obras.

 

Conhecida como SEIF (sigla para Segurança, Informação e Formação), a tecnologia é composta por sensores embutidos em capacetes de trabalhadores que mapeiam situações de risco no ambiente de trabalho. As informações captadas são enviadas a um aplicativo acessível aos gestores de segurança e saúde da empresa para a tomada de decisão em tempo real. Entre os riscos avaliados pela tecnologia está  a entrada de empregados não-autorizados em áreas de serra e vergalhões. “Os gestores poderão acompanhar instantaneamente os riscos por smartphone e impedir o acesso a essas áreas”, explica o diretor da construtora, Alcino Pasqualotto.

 

Desenvolvida pelo Centro de Inovação em Tecnologias  para  a  Saúde  do Serviço Social da Indústria (SESI), a SEIF está em fase de testes. Sua função principal é reforçar a gestão presencial de técnicos de segurança do trabalho. “Além de contribuir para atender aspectos legais de segurança e saúde no trabalho, a tecnologia mapeia o comportamento dos trabalhadores na obra e, em caso de irregularidades, verifica  a  necessidade de treinamentos”, explica Marcelo Tournier, diretor do Centro de Inovação do SESI. Segundo ele, construtoras e empresas de mineração e siderurgia também estão de olho na  inovação,  que será disponibilizada no mercado ainda neste ano.

 

Pesquisa realizada pela entidade mostra que, para 76,4% dos gestores, a importância dada pela indústria brasileira ao tema crescerá nos próximos cinco anos. “Todo esse aparato tecnológico  à disposição da indústria segue a tendência de atenção crescente do setor em relação à segurança e à saúde no trabalho”, afirma o diretor de Operações do SESI, Paulo Mól.

 

Segundo ele, esse interesse se deve não apenas à necessidade de atendimento das exigências legais, mas também porque o cuidado com o trabalhador melhora a competitividade das empresas ao reduzir afastamentos, além de refletir positivamente também no clima organizacional, na reputação e na imagem institucional.

 

Para apoiar indústrias em desafios de segurança e saúde no trabalho, o SESI criou um canal em que empresas podem solicitar apoio da instituição em projetos de melhoria da saúde do trabalhador e do ambiente de trabalho. Interessados podem acessar a página da Plataforma Nacional de Soluções SESI, inserir os dados da empresa e descrever problemas a serem solucionados por um dos oito Centros de Inovação do SESI.