Líder do onshore nacional, RN amplia perspectivas com vendas de ativos da Petrobras

4/09/2020   15h53

Foto: Moraes Neto

 

 

O Rio Grande do Norte, que ocupa posição de destaque no mercado onshore brasileiro, tem a perspectiva de aumento de produção com da inserção de empresas independentes que adquirirem os ativos da Petrobras para explorar e produzir petróleo em terra. É o que garantiu o o secretário Executivo da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás Natural (ABPIP), Anabal Santos Júnior, durante palestra na reunião de Diretoria da FIERN, realizada na manhã desta sexta-feira (4/09), por meio de videoconferência. O executivo participou da palestra “O impacto das medidas de desinvestimentos da Petrobras para o Rio Grande do Norte e as perspectivas para o mercado de petróleo e gás” junto com o diretor-superintende do Sebrae/RN, Zeca Melo.

 

A indústria do petróleo norte-rio-grandense lidera o movimento de restruturação do onshore no país, com a transferência da exploração de campos maduros para a iniciativa privada. Para Anabal Santos alerta que a prioridade no RN é assegurar um processo de transição para as empresas independentes de forma rápida, coordenada e responsável, com a participação da estatal, iniciativa privada e dos governos.

 

O RN tem uma coesão de propósitos que une a todos. Os setores de produção, iniciativa privada, governos, todos buscam o melhor para o estado. E, aqui, destaco o papel de liderança da FIERN e do presidente Amaro (Sales) para esta mobilização no RN. O estado tem uma diferença em relação aos outros, o de estar em transição primeiro, o que o deixa em posição favorável”, afirma.

 

Para o executivo, não há surpresa o anúncio da venda de ativos que era previsível dentro da política já adotada pela Petrobras. A política de desinvestimento da Petrobras ao longo dos anos resultou no baixo nível de atividade nos campos terrestres e levou a drástica queda de produção, arrastando também o nível de empregos e de arrecadação de royalties, sobrecarregando as administrações públicas.

 

Segundo ele, é preciso desmitificar a ideia de que a Petrobras está saindo do estado. “A Petrobras não está saindo do RN, ela está saindo dos ativos terrestres e de águas rasas em todo o país. Numa decisão estratégica de se dedicar ao pré-sal. E o Rio Grande do Norte tem o campo de Pitu, de águas profundas, em que ela deve continuar operando”, disse. “A estratégia da empresa se deve ao custo de produção e a produtividade que, no Pré-sal, equivale a 1.742 barris por poço, enquanto no onshore é de 15 barris por poço”, explica.

 

Ele lembra ainda que os royalties serão pagos independentemente de quem for o operador, seja ele estatal ou independente. “É preciso entender que o que contribui com o PIB é atividade econômica e não a empresa. que a arrecadação deve crescer, bem como a produção, porque as empresas independentes vão investir e aumentar a produção movimentando a economia”, disse Anabal Santos.

 

A partir de um maior investimento nesses campos e consequente crescimento da produção, toda a cadeia produtiva poderá ser beneficiada com o aumento na demanda de fornecimentos de bens e serviços. “O Rio Grande do Norte já está a frente, com duas empresas independentes já atuando. E com dados que mostram esse crescimento”, afirma o executivo da ABPIP.

 

Por Sara Vasconcelos, jornalista Unicom/FIERN