MAIS RN propõe uma visão de futuro dos próximos 20 anos, diz Amaro Sales

26/08/2018   21h31

 

Gerar empregos e resgatar o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte são, ao lado da resolução dos problemas na Segurança Pública, os maiores desafios do próximo governador do Estado. Perdendo posição no ranking de desenvolvimento dos estados nordestinos, ficando para trás em termos de atração de empresas e centros de conexão de voos, o Rio Grande do Norte poderá se tornar, em menos de cinco anos, numa das unidades federativas menos atrativas e desenvolvidas do Brasil. Na tentativa de impedir que essa projeção se configure real, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) atualizou o Plano Mais RN, que contempla 43 metas e 180 ações cujo objetivo é resgatar o estado da crise financeira e social atual.

 

O documento foi entregue, semana passada, a cada um dos candidatos ao Governo do Rio Grande do Norte nas Eleições deste ano. “É muito oportuno, às vésperas do pleito eleitoral, a entrega para os candidatos ao Governo do Estado de um estudo, que traz o retrato real da economia do Rio Grande do Norte. Esperamos que essa atualização possa dar uma visão de futuro dos próximos 20 anos para um Estado mais forte”, ressalta o presidente do sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo. O documento, cuja primeira versão foi apresentada em 2014 aos candidatos ao Governo do Estado à época, foi atualizada ao longo do primeiro semestre deste ano. O economista responsável pelo levantamento e tabulação dos dados foi Cláudio Porto, da Macroplan Consultoria.

 

Ao longo de 180 páginas, o Mais RN destaca que, “em 2005, o Rio Grande do Norte era o estado melhor posicionado em desenvolvimento nas regiões Nordeste e Norte. No Brasil, estava em 12º lugar. Uma década depois, havia perdido duas posições.” A perda do dinamismo do estado ao longo dos anos foi diagnosticada ainda em 2014, quando na primeira versão do plano foi proposto um pacto político e social de todos para melhorar o estado. “Infelizmente, esse pacto não aconteceu e a trajetória de declínio do Estado se acentuou”, ressalta Amaro Sales de Araújo.

 

Lançamento da edição revisada do MAIS RN na Casa da Indústria

 

Além dos aspectos econômicos, o Mais RN contempla dados relacionados ao desenvolvimento social, incluindo áreas como Segurança Pública, Saúde e Educação. No conjunto de dados contas, por exemplo, que em 2006, o Rio Grande do Norte era o terceiro estado mais seguro no Brasil. Onze anos depois, assumiu a liderança entre os estados mais violentos com uma taxa de homicídios de 68 por 100 mil habitantes em 2017. Em paralelo, houve o fechamento de empresas, o encerramento de empregos formais, o aumento da inadimplência e subutilização da mão de obra.

 

Entre os pontos prioritários apontados na versão revisada, que, na avaliação do presidente da FIERN, devem ser incorporados aos programas de Governo dos candidatos, estão a eficiência da gestão e do gasto público, a retomada do investimento em infraestrutura pública e o Pacto dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em prol do desenvolvimento do Estado. Há, ainda, a grave crise fiscal e financeira das contas públicas.  Dados da Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças (Seplan/RN) apontam que o Estado acumula déficits continuados e, em 2017, encerrou o ano com R$ 754 milhões de déficit. Há mais servidores aposentados que ativos e os gastos com Previdência Social aumentaram 160% nos últimos três anos. No início deste ano, o déficit mensal girava em torno de R$ 100 milhões. Há, também, o elevado custo de manutenção dos Poderes Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério Público.

 

Saídas

 

No fim do túnel, porém, há uma luz. O Mais RN aponta que há um enorme potencial de desenvolvimento no estado, mas que precisa da união de todos os gestores, sociedade e órgãos públicos para que seja explorado de forma sustentável e que possibilite o desenvolvimento econômico e social. O plano cita como exemplos a energia renovável, a indústria têxtil e de confecções, fruticultura e a pesca. Ressalta, contudo, que não são aproveitados em decorrência da crise estrutural que chegou a uma situação sem limite.

 

“Esse é o projeto mais completo que o Estado já teve, sem desmerecer outros importantes para suas épocas, porque traz o conforto dos números, da pesquisa e do direcionamento, para que as empresas possam, no futuro, ter no Rio Grande do Norte um ambiente de negócios menos hostil”, declara Amaro Sales de Araújo. <br><br>Será criado um observatório do Mais RN, no portal da FIERN, para acompanhar a implantação das metas e propostas sugeridas na Agenda Potiguar, pelo próximo Governo.

 

Publicado na Tribuna do Norte (26.08.2018)