Maria do Carmo Ramalho – Há 30 anos fazendo parte dos 66 anos de história da FIERN

2/10/2019   17h29

 

 

“Sinto-me totalmente como parte dessa história”, é como se descreve a nossa entrevistada, Maria do Carmo Ramalho Dantas, para a série ‘Eu faço parte dessa história’, realizada pela Unidade de Comunicação do Sistema FIERN. Maria do Carmo, responsável técnica no Espaço Empresarial, está 30 anos a serviço do Sistema FIERN e comemora por poder representar os interesses da indústria do Rio Grande do Norte e fornecer subsídios e contribuições para o desenvolvimento do estado. Pós-Graduada em Gestão de Qualidade Total, ela é dona de uma história de formação e capacitação voltada para o Sistema FIERN. Confira a entrevista.

 

Poderia falar um pouco da sua formação e como foi sua trajetória nos estudos?
Estudei na Escola Doméstica de Natal e no Colégio Salesiano São José. Me formei em Administração APEC – RN, atual UnP, em 1990. Fiz pós-graduação em Gestão de Qualidade Total (UFRN), em 1998, e pós-graduação em Gestão Estratégica da Informação pela UnP, em 2008. Após conclusão do Curso de Especialização em Gestão Estratégica da Informação na UnP, elaborei dois artigos científicos como autora de um e coautora em outro, com a minha colega Adriane Oliveira da UNITEC-GCTI, e foram apresentados no 5º CONTECSI – USP International Conference on Information Systems. Esse Artigo nos levou a elaborar uma proposta do projeto: “Gestão do conhecimento no Sistema FIERN/SESI/SENAI/IEL”. E pretendo cursar um MBA no próximo ano.

 

Alguma lembrança marcante da época de estudos?
Com certeza, na Escola Doméstica, onde o ensino médio é associado a cursos de extensão em culinária, costura, puericultura e economia doméstica. O que me marcou mais foi o período que estudei no Colégio Salesiano São José, na Ribeira. Nesse período existia um convênio com a Escola Técnica Federal (ETFERN, atualmente IFRN), onde, tínhamos a opção de fazer um curso técnico profissionalizante. Fiz Desenho Arquitetônico e Materiais de Construção. Percebi naquela época a importância de associar o ensino médio ao profissionalizante, para a inserção do estudante no mercado de trabalho.

 

Gostaria de falar um pouco sobre sua família?
Família é nosso maior tesouro. Minhas raízes são do interior de Pernambuco, Paraíba e da Região do Seridó. Valorizo muito meus ancestrais e suas histórias de vida simples, de luta e sucesso. Sou a caçula de 4 irmãos. Admiro muito meus irmãos e meu filho de 23 anos. Permanecemos honrando a educação recebida dos nossos pais e mantendo tradições familiares passadas ao longo dos anos através de muita união e respeito. Falar da minha família é passear também na história da Cidade de Natal e desenvolvimento de alguns municípios do RN.

 

Há quanto tempo está no Sistema FIERN?
Há 30 anos. Cheguei no Sistema FIERN em março de 1989, quatro meses após a inauguração da Casa da Indústria.

 

 

Depois disso, como foi a evolução de sua carreira profissional?
Ingressei em 1989 no SESI DR RN, durante a gestão do presidente Fernando Bezerra. Trabalhei nos setores de Compras- Licitação -Convênios e na Assessoria de Planejamento (ASPLAN). Recebi um convite, em 1997, para ser cedida ao IEL – Instituto Euvaldo Lodi, onde trabalhei no setor técnico/ CAMPI na área de Projetos e Treinamento e posteriormente no setor de coordenação da implantação da ISO 9000-2000. E, nessa época, no SESI CLÍNICA, assumi a função de assistente da qualidade do setor de saúde, realizando auditorias internas de qualidade. Na gestão do presidente Abelírio Rocha foi inaugurado o Centro de Atendimento ao Empresário e fui novamente cedida ao IEL-RN para exercer a função de representante do posto de informações do BNDES. Na gestão do presidente Flavio Azevedo, em 2008, fui nomeada gerente de Atendimento Empresarial. No ano de 2012, foi criado o Espaço Empresarial na gestão do presidente Amaro Sales, com a finalidade de ser um canal de relacionamento entre o Sistema FIERN, os sindicatos filiados e as empresas industriais. Até então exerço a função de gestora do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC-RN), um projeto criado pela CNI, em que trabalhamos em rede com outras Federações que têm instalados os NACs, com a finalidade de levar informações de acesso ao crédito para as indústrias filiadas ou não, além de realização de cursos, palestras e rodadas de crédito.

 

Como se deu a sua mudança de função?
De acordo com as mudanças estruturais de gestão e visão estratégica do Sistema FIERN.

 

Lembra-se de alguma experiência desse trabalho que lhe marcou?
Nossa senhora! São tantas! De 2001 a 2005, coordenei o Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica. Durante esse período, visitando empresas, conseguimos premiações 3 anos consecutivos do CTGAS-ER nas categorias Processo e Instituição de Pesquisa, em etapas regionais e Nordeste, destaco a Teclev (Ramo Construção Civil), Califórnia Biotecnologia Agrícola (dos saudosos empresários: Emanuel Dantas Ribeiro e Leônidas Ferreira de Paula), ambas na categoria processo. A Secretaria de Tributação do RN, em 2004, recebeu o 3º lugar da Região Nordeste, na categoria Processo, na gestão de Lina Vieira. No ano de 2005, a FINEP lança a categoria Inovação Social. Conseguimos levar a Ong Carnaúba Viva da Região de Assu para receber o Prêmio Nacional. Desta vez, a Califórnia Biotecnologia Agrícola recebeu menção honrosa. É marcante acompanhar a evolução das empresas.

 

Como tem sido para você trabalhar no Sistema FIERN atualmente?
A pergunta é atualmente. Preocupada com a queda do compulsório, com os bombardeios no Sistema S. Com relação a dificuldade de acesso ao crédito pelas empresas, vejo falta de incentivos por parte dos agentes financeiros e governos estaduais, municipais e federal, que favoreça investimentos nos diferentes setores da indústria. Muitas queixas em relação às garantias e de elaboração de projetos. Por isso a importância do Sistema FIERN se manter resistente, inovador e cobrador de melhorias. Porém, feliz por ter a possibilidade de através do Núcleo de Acesso ao Crédito – NAC RN, poder contribuir com a articulação entre os agentes financeiros e as indústrias associadas ao Sistema FIERN.

 

No seu trabalho como um todo, tem alguma coisa que sempre te emociona?
Estar 30 anos numa instituição com mais de 65 anos de história me emociona. Ao longo dessas décadas, o Sistema FIERN vem representando os interesses da indústria do RN, fornecendo subsídios e contribuindo para o desenvolvimento do nosso estado, cobrando da classe política o seu papel. Me sinto totalmente parte dessa história.

 

Para finalizar, o que gostaria de dizer aos seus colegas de trabalho sobre o Sistema FIERN?
Procurem agir com ética, fazer sempre alguma coisa em benefício do outro colega, um sorriso de incentivo, uma crítica construtiva. Sejam alegres e otimistas, olhem para a frente e caminhem confiantes praticando o bem. “Você não pode mudar a direção do vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.”

 

 

 

Gostaria de acrescentar mais alguma informação sobre sua história no Sistema?
Sim, sempre é bom lembrar: no auge da época da Qualidade Total, a FIERN lançou a ideia de criar um Programa de Qualidade RN (PQRN), onde levou a proposta para o governo, na época, com Fóruns Temáticos de C&T, Meio Ambiente e Têxtil &Confecções, como hoje temos instalados os Conselhos Temático. Exerci o papel de secretariar esses Fóruns. Durante o PQRN, foi lançado um selo de qualidade com o Mapa do RN, onde o objetivo era propor as indústrias exportadoras do nosso estado, que os produtos levassem esse selo com a Marca do RN, atestando que aquela indústria possuía um Selo de Garantia de Qualidade, naturalmente com todas as certificações e normas estabelecidas necessárias para exportação. Em outra ocasião quando da Carcinicultura do RN, desponta no cenário nacional, a FIERN fazia parte de Câmaras Técnicas dentro da SEDEC (Secretaria de Desenvolvimento do RN), onde participei na Câmara de Capacitação de RH para esse setor. O SENAI RN, inaugura um laboratório na cidade de Arêz, para ofertar ensaios e estudos técnicos, além de capacitar os criadores instalados naquela região, o SESI e IEL também através de seus programas, capacitavam a mão de obra local.

E sobre a Empresa Servidora, posso citar nos meus sentimentos de vivência, que foi um Programa na Gestão mais recente da FIERN, que internamente reacendeu uma questão no Sistema FIERN, até então nunca explorada. A cultura organizacional, a necessidade de uma visão sistêmica em sintonia com a nova era de prestação de serviços de qualidade. Enfim, muitos programas foram criados, alguns precisavam de ajustes, outros de continuidade, outros de política de governo da época. Porém uma coisa digo a vocês e para os novos funcionários que aqui estão, o Sistema FIERN sempre está em busca de interagir com seus associados dos Sindicatos, governo e sociedade, buscando melhorias contínuas e adaptações dentro das realidades econômica, de sustentabilidade, de inovação e novas tecnologias.

 

Por Jô Lopes, jornalista Unicom/FIERN.