Medidas adotadas em resposta à crise hídrica favorecem estabilidade no setor elétrico

19/08/2021   17h22

Diretor-geral da Aneel fez apresentação no Fórum Nacional da Indústria (FNI) sobre as perspectivas para o fornecimento de energia elétrica. Ele mencionou que o acionamento de térmicas pressionou tarifas

 

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, afirmou que as medidas adotadas pelo governo em resposta à crise hídrica, como o programa de resposta da demanda, levarão maior estabilidade para o setor elétrico. Ele participou nesta quinta-feira (19) da reunião do Fórum Nacional da Indústria (FNI), conduzida pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, com a presença de dirigentes de associações setoriais da indústria.

 

“Mesmo diante dessa crise conseguimos manter a estabilidade do setor elétrico”, disse Pepitone. De acordo com o diretor, a Aneel tem trabalhado para reduzir o peso dos subsídios sobre a conta de luz. Ele observou que algumas decisões recentes permitiram que as tarifas não aumentassem ainda mais, mas ponderou que, diante da crise hídrica, não houve alternativa senão o acionamento de térmicas, o que leva ao aumento da conta de energia.

 

Em junho, o governo publicou a Medida Provisória nº 1.055/2021, que institui a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG). O objetivo é administrar a crise em um ambiente multisetorial e definir diretrizes para fixar limites de uso, armazenamento e vazão das usinas hidrelétricas. “Com o cenário hidrológico adverso, há o maior acionamento das térmicas e a elevação do custo de transmissão, com impacto médio de 4% para as empresas no primeiro semestre”, destacou o diretor da Aneel.

 

 

Alta do dólar e IGP-M impactaram as tarifas

 

Pepitone acrescentou que a implantação do chamado preço horário resultou em mais eficiência na alocação dos custos. Segundo ele, além do cenário hidrológico adverso, fatores como a alta do dólar e a elevação do IGP-M impactaram a tarifa média da energia elétrica.

 

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, elogiou a competência da Aneel e a qualidade técnica do trabalho feito pela agência para enfrentar a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Ele defendeu que medidas efetivas sejam implementadas para que os riscos hidrológicos sejam reduzidos.

 

O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), Paulo Pedrosa, defendeu, por sua vez, a proposta apresentada pela CNI relativa à redução voluntária de demanda de energia elétrica. Ele pontuou que o volume mínimo para adesão seja reduzido de 30 MW médios para 5 MW, uma vez que essa limitação exclui a participação da maior parte das indústrias. Levantamento preliminar da CNI mostra que apenas 84 consumidores industriais estão aptos a participar individualmente do programa.

 

 

Por: Diego Abreu

Da Agência CNI de Notícias