Indústria brasileira vai à Feira de Hannover com inovações na agenda de baixo carbono

10/04/2023   15h52

 

A indústria brasileira vai à Hannover Messe, a maior feira de tecnologia industrial do mundo, mostrar o seu protagonismo na agenda global de descarbonização, na transição energética e na bioeconomia. De 16 a 21 de abril, entidades e empresas industriais vão exibir, na Alemanha, projetos e iniciativas a um público que reúne governos, companhias líderes em inovação tecnológica e instituições financeiras internacionais. Ao todo, são esperados mais de 80 mil visitantes e mais de 4 mil expositores durante o evento.

Nesta edição da Feira, a indústria brasileira vai ter o seu maior estande institucional desde que o Brasil foi escolhido como país parceiro do evento, em 1980. A delegação brasileira vai contar com mais de 150 representantes de indústrias e entidades e mais 100 empresas do setor, de 19 unidades da Federação, em missão organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e pelo Serviço Social da Indústria (SESI).

“A indústria brasileira está fazendo a sua parte na transição para uma economia de baixo carbono, com iniciativas e projetos que vão ter impacto no Brasil e poderão ser exportados para o mundo. São inovações feitas por empresas e institutos de pesquisa nacionais, que aproveitam as vantagens comparativas do país em sua capacidade de inovação em bioeconomia, energia limpa e descarbonização que vamos mostrar na maior vitrine de tecnologia industrial do mundo”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

 

O que a indústria vai mostrar em Hannover

A participação brasileira na Feira de Hannover tem a intenção de apresentar avanços feitos na produção sustentável, baseados em três pilares: descarbonização, transição energética e bioeconomia. Em outra frente, a missão vai oferecer aos participantes a oportunidade de identificar novas tendências e tecnologias, além de potenciais parceiros comerciais e em pesquisa e desenvolvimento (P&D) que podem contribuir para o aumento da competitividade e para a reindustrialização do Brasil.

“A Feira de Hannover é um grande direcionador de tendências e rumos para o setor industrial. Essa é uma oportunidade única de apresentarmos o que o setor produtivo brasileiro está fazendo em uma agenda que é global e que representa uma oportunidade de estimular a reindustrialização com projetos que estão alinhados aos temas prioritários do maior evento de tecnologia do mundo”, explica a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.

Entre 17 e 21 de abril, no estande brasileiro, serão apresentadas as principais iniciativas e estratégias da indústria em sessões abertas para os visitantes da feira e público estratégico convidado. Cada apresentação é seguida de um showcase, no qual empresas vão falar de projetos que estão sendo executados. No espaço, também serão realizadas reuniões para atração de investidores para os projetos que vão ser apresentados nos eixos de transição energética, bioeconomia e descarbonização.

Os projetos escolhidos para demonstrar as capacidades da indústria brasileira serão apresentados por executivos das empresas convidadas para o estande da indústria brasileira, divididos nos pilares da economia de baixo carbono. Em descarbonização, as expositoras serão WEG e Prosolar. Na sessão de transição energética, Tupy, Hytron Brazil e NEA, CTG Brasil, Siemens Energia e Porto de Suape. Em bioeconomia, Croplife, Suzano, Siemens e Morlub.

 

No estande brasileiro, serão realizados tours guiados ao longo da duração da feira, e os visitantes poderão conhecer três projetos que compõem a principal vitrine das iniciativas do setor produtivo brasileiro, que serão expostos de forma virtual e interativa. São eles:

Eixo Transição Energética
TechHub: Localizado no Porto de Suape, em Pernambuco, o TechHub é um centro de desenvolvimento para exportação de hidrogênio verde (H2V). No estande brasileiro, os visitantes da Feira de Hannover poderão conhecer uma planta virtual do combustível limpo, que pode criar oportunidades de investimento de até US$ 200 bilhões no Brasil pelos próximos 20 anos.

Eixo Bioeconomia
Biorrefinaria Amazônica: A indústria oleoquímica brasileira está consolidada na produção de óleos e manteigas vegetais para setores como o farmacêutico, o cosmético e o de alimentos. Mas ainda há uma subutilização dos resíduos dos processos industriais, como partes não aproveitadas de frutas e tortas prensadas, que poderiam ser aproveitadas como fonte energética renovável, fortalecendo a bioeconomia e a economia circular.
Apoiada pelo SENAI, pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Amazonly está pesquisando diferentes rotas tecnológicas para o processamento desses resíduos oriundos de atividades extrativistas na Amazônia. O aproveitamento ocorreria em biorrefinarias, que contribuiriam para a geração de valor da floresta em pé e a exploração sustentável da floresta.

Eixo Descarbonização
Projeto CO2CHEM: A elevada demanda energética mundial impõe o desafio de se ampliar o portfolio de combustíveis alternativos e ambientalmente favoráveis à redução da emissão de gases de efeito estufa. A aceleração do processo de descarbonização da matriz energética mundial torna-se, assim, essencial. Isso envolve a busca por rotas tecnológicas mais eficientes e de menor impacto ambiental.
Realizado por Repsol Sinopec com SENAI Cetiqt, Hytron, Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, o projeto de pesquisa CO2CHEM consiste do desenvolvimento de alternativas tecnológicas para a produção de hidrocarbonetos verdes a partir do dióxido de carbono (CO2). Iniciado em 2021, o projeto concluiu, com êxito, a sua primeira etapa e iniciou a segunda fase, em outubro de 2022.