No Dia do Panificador, Sindicatos da Indústria do setor destacam resultados de 1º ano da Rede Pão

8/07/2022   16h22

 

Comemorado no dia 8 de Julho, o Dia do Panificador coincide, nesta sexta-feira (08/07), no Rio Grande do Norte, com um ano de atividades da Rede Pão, uma iniciativa para fortalecer o setor no enfrentamento dos desafios ao garantir aos associados instrumentos como compras coletivas, negociação em conjunto e gestão unificada das aquisições.

 

Os números não deixam dúvida sobre o êxito da Rede Pão constituída no Estado, nestes primeiros doze meses: as compras feitas por intermédio da central somam R$ 1,6 milhões, com 1.892 pedidos no período. Foram negócios firmados com 27 fornecedores, em 14 segmentos diferentes de produtos necessários às padarias associadas.

 

“Esse modelo, que adotamos ao fundar a Rede, é hoje um ‘case’ de sucesso no país inteiro, principalmente para a panificação”, destaca Ivanaldo Maia, presidente do SINDIPAN-RN (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Rio Grande do Norte) e um dos fundadores da central de compras que chegou ao primeiro ano e tem contribuído para o enfrentamento de problemas, como o aumento dos preços de insumos.

 

 

Ao tomar a iniciativa de articular essa rede de negócios, os panificadores que participaram do empreendimento conjunto apostaram em uma sugestão dada pela Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), que apontou como referência a entidade fundada no Ceará, em 2018.

 

Para os panificadores do Rio Grande do Norte, liderados pelo SINDIPAN no Estado, a ideia foi ainda mais oportuna diante dos desafios que enfrentam, com as implicações da pandemia, e que precisam superar agora que há sinais de uma retomada. “Sofremos muito com a pandemia, agora podemos afirmar que estamos em uma recuperação, mas há dificuldades, devido à alta nos preços dos insumos”, afirma Ivanaldo Maia.

 

Presidente da Associação dos Panificadores (Aipan), Eliezer Varela também considera que a Rede é o caminho para garantir melhores negociações às empresas do setor, o que é fundamental em um período como o atual, no qual a conjuntura econômica impõe problemas adicionais.

 

Diretor do SINDIPAN-RN, Evandro Galdino, afirma que o setor começa a vislumbrar uma recuperação, embora o momento econômico ainda imponha barreiras, como a subida nos valores cobrados pelos insumos, alguns atrelados ao dólar, como os derivados do trigo. Ele diz que algumas mudanças foram implementadas em busca de uma adaptação no auge da crise provocada pelas restrições da pandemia. Um dos caminhos foi o serviço de delivery. A Rede Pão, diz, também colabora na busca destas adaptações.

 

“Os descontos que obtivemos com as compras coletivas são variáveis. Mas houve negociações importantes e com resultados aos associados”, diz o empresário do setor de panificação, Tácito Bastos, que coordena a gestão de compras. Ele cita acordos feitos com formadores que reduziram o valor cobrado, em relação ao preço inicial, em até 40%. “A Rede também traz uma união, uma troca de vivências, de experiências”, afirma.

 

Ferramenta importante para fortalecer o associativismo sindical, bem como fomentar as atividades do setor, a Rede Pão é uma iniciativa dos Sindicatos da Indústria de Panificação do Estado e do dos Sindicatos da Indústria de Panificação do Estado (SINDIPAN-RN) e, porteriormente, de Mossoró e Região Oeste e Salineira (SINDIPAM Mossoró), com o apoio da FIERN, por meio do Espaço Empresarial. Entre os serviços prestados pelo Espaço Empresarial estão a assessoria técnica para implantação da Rede, que visa facilitar a aquisição de matéria-prima, insumos e serviços pelos associados.

 

Mossoró e Região Oeste

 

No Rio Grande do Norte, a associação de empresários da panificação em uma Rede que fortalece a capacidade de negociação, estimulou uma segunda iniciativa nessa direção. Empresários de Mossoró, liderados pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Mossoró e Região Oeste e Salineira (SINDIPAM) que tem base de representação na região, também decidiram formar uma rede que, assegurar escala na compra de insumo, conquistou negociações mais vantajosas.

 

Presidente do SINDIPAM de Mossoró, Região Oeste e Salineira, Cesário Henrique de Oliveira Melo, afirma que a Rede fundada para associar os panificadores da região acumula bons resultados, como acordos que obtiveram desconto de até 30%.

 

No Oeste e no litoral da Costa Branca, os desafios conjunturais são semelhantes. “O setor de panificação está retomando pós-pandemia, que foi prejudicial. No auge da crise, houve uma queda de faturamento, fechamentos. Agora os insumos nunca subiram tanto, alguns quase triplicaram e não é possível repassar para o consumidor final”, analisa o presidente do SINDIPAM Mossoró.

 

 

Entretanto, ele afirma que já é possível observar sinais de recuperação com a volta dos clientes presencialmente às lojas. “Percebemos que começa a estabilizar a frequência. A questão agora é o preço de matéria-prima”, diz.

 

Nesse cenário, as compras coletivas e o gerenciamento nas aquisições são fundamentais. “É uma forma de minimizar a questão dos aumentos nos valores dos insumos”, destaca Cesário.

 

A meta agora é ampliar a base de associados. A Rede Pão que atua principalmente em Natal e Grande Natal tem nove empresas associadas. Na Rede Pão de Mossoró, são dez panificadoras.

 

“Essa união é positiva e precisa ser ampliada. Temos desafios, mas podemos deixar uma mensagem ao setor de otimismo. O mais importante é o panificador, que hoje não estiver integrado, possa se aproximar, porque o associativismo é muito benéfico”, destaca Cesário.

 

“O associativismo beneficia e minimiza possíveis adversidades. Por isso, estamos confiantes. Nossa atividade, como os diferentes setores da economia, cada um com suas características, é árdua e tem desafios, mas acreditamos em uma retomada consistente”, acrescenta Ivanaldo Maia. “Estamos em um segmento que é muito motivador, porque levamos o fruto do trabalho à mesa do norte-rio-grandense”, afirma o presidente do SINDIPAN-RN.