Para gerente de meio ambiente da CNI, indústria é parte da solução em segurança hídrica

28/11/2018   10h52

 

A indústria é parte importante no desenvolvimento de soluções para garantir a segurança hídrica. Por um lado, as empresas usam a água de forma cada vez mais eficiente nos processos produtivos e, por outro, desenvolvem tecnologias e produtos que consomem menos esse recurso. A afirmação é de Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), durante o Rio Water and Business.

 

O evento, que ocorre nesta terça-feira (27) no Rio Water Week, no Rio de Janeiro, é realizado pela CNI em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global e Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebeds). O objetivo é mostrar os avanços do setor no uso eficiente da água e reforçar os compromissos assumidos durante o 8º Fórum Mundial da Água, realizado em março, em Brasília.

 

Segundo Bomtempo, a questão hídrica está cada vez mais presente na tomada de decisão de gestores empresariais. “Independentemente dos impactos da mudança climática sobre a questão hídrica, a escassez de recursos financeiros e a existência de áreas deficitárias na implementação da gestão dos recursos hídricos desafiam a adoção de medidas de adaptação em todos os setores”, disse.

 

 

PRIORIDADE – Entre as medidas destacadas está o reúso de água que, de acordo com Bomtempo, depende do aumento da disponibilidade de saneamento básico. Segundo ele, a falta de saneamento contribui para a insegurança hídrica tanto na quantidade quanto na qualidade da água. “Isso compromete os ecossistemas e o desenvolvimento econômico”, destacou. “O saneamento básico precisa ser uma prioridade nacional e as políticas públicas devem contemplar todos os segmentos que atuam na atividade.”

 

A opinião foi compartilhada por Fernanda Arimura, representante da Rede Brasil do Pacto Global. Segundo ela, 80% do esgoto no mundo voltam para o meio ambiente sem tratamento. “Enquanto isso, em Israel, 90% da água da irrigação é de reúso. Um exemplo que deve nos inspirar”, afirmou. “Acredito na conscientização das pessoas e no uso de tecnologias para melhorarmos essa eficiência.”

 

Para Ana Carolina Szklo, diretora do Cebeds, é fundamental que as empresas atuem coletivamente, em parceria com o poder público, na busca de soluções para melhorar a gestão hídrica. “Por isso, após o Fórum Mundial da Água, criamos o Compromisso Empresarial Brasileiro pela Segurança Hídrica, que prevê metas e série de ações do setor para melhorar a eficiência hídrica pelas empresas associadas”, relatou.