A inovação tecnológica e digital chegou aos diferentes setores econômicos, inclusive ao da agricultura, é o chamado Agro 4.0. Para representantes do setor, esta transformação que está em processo tem atraído o olhar dos mais jovens para o campo de trabalho. No entanto, apesar dos investimentos em novas tecnologias, ainda há desconhecimento das boas práticas das empresas por parte da população, concordam os empresários. A discussão foi um dos temas abordados no primeiro painel da tarde desta segunda-feira (16), no Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

 

 

Agro 4.0 faz referência à quarta revolução industrial. São as tecnologias e práticas digitais utilizadas no campo, sejam elas aplicativos, softwares, sensores de monitoramento em tempo real, drones, entre outros. O assunto foi tema de debate no 37º Encontro Econômico Brasil – Alemanha, na tarde desta segunda-feira (16). O Painel Agro 4.0: oportunidades e desafios para as empresas reuniu representantes das empresas BASF, BOSCH América Latina, BAYER Brasil e o do Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações do Brasil.

 

 

 

Para Marc Reichardt, presidente da Bayer Brasil, no campo da agricultura, no Brasil, há uma mudança geracional com pessoas novas e preparadas atuando no setor, uma revolução aberta à evolução digital e a experimentação. “É o único país que isso está acontecendo, mas os produtores precisam falar mais sobre o que estão fazendo na agricultura moderna, comunicamos pouco o que é feito”, pontua. Ele destaca, como necessidade de divulgação, a maneira que a agricultura é realizada atualmente e como a atividade contribui para a sustentabilidade do país.

 

 

 

Besaliel Botelho, presidente da Bosch América Latina, reforça que a revolução do 4.0 na agricultura está em processo e que é possível sim uma agricultura sustentável a partir dos avanços na digitalização. “Nós estamos ajudando a aumentar a produtividade com novas tecnologias, investimento na digitalização, para a necessidade de aumento de área de plantio”, explica.

 

 

 

Junto a preocupação ambiental, o ambiente digital na agricultura pode facilitar a comunicação entre o campo e o meio urbano, assim acredita Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF para América Latina. “O mundo digital vai aproximar o campo da área urbana, para que possa melhor entender como a agricultura é feita. Não precisa mudar, mas sim comunicar melhor e implantar as leis que estão sendo estabelecidas”, declara.

 

 

 

 

Em questão da participação da Alemanha neste processo de revolução, Paulo Alvim, secretário de empreendedorismo e inovação do MCTIC, acredita que o país é o mais qualificado para garantir no Brasil uma agricultura sustentável devido a sua preocupação ambiental.

 

Por Daísa Alves

Fotos: Ozeas Queiroz