Presidente da FIERN endossa posicionamento da CNI em defesa do Sistema S

23/07/2021   17h59

Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-RN) é referência em qualidade

 

 

O presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, endossou a manifestação pública feita pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, que lamentou as declarações do secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, ao Jornal Valor Econômico, nesta quinta-feira (23).

 

Para o presidente Amaro Sales, a fala do secretário ao insinuar que deveria haver cortes no orçamento do Sistema S, demonstra total falta de conhecimento sobre o papel e a atuação das entidades que integram o Sistema S – como o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) – importantes aliadas do Brasil na promoção de educação básica e profissional, inovação, tecnologia, saúde e segurança no trabalho.

 

“O senhor Adolfo não conhece o Sistema Indústria. Um desinformado querendo aparecer, já que o trabalho que o SESI e o SENAI entregam à sociedade industrial é, sem sombra de dúvidas, incomparável”, afirmou.

 

Ele lembra que esta não é a primeira vez que tal ameaça é feita e que o Sistema vem sofrendo reduções no orçamento, de forma sistemática, nos últimos anos. E explica que os recursos do Sistema S são de natureza privada, previsto constitucionalmente, de que serão arrecadados para financiamento da qualificação profissional e formação e defesa dos interesses do trabalhador, da mão de obra.

 

“Na longa caminhada do Sistema, sempre sofremos estes ataques. O dinheiro é privado. Precisamos acabar com esta sanha, em busca de um recurso que não é do governo. E R$ 6 bilhões no caixa do governo, só serviria para tapar o sol com a peneira. É inadmissível. Vamos enfrentá-los. No Congresso ou na Justiça”, garantiu o presidente da FIERN.

 

Amaro Sales, presidente da FIERN

 

Confira abaixo, na íntegra, o posicionamento do presidente da CNI:

SESI e SENAI trabalham há 80 anos pela inserção dos jovens menos favorecidos no Brasil, dando formação e cidadania

 

O Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) lamentam as declarações do secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida. Suas falas demonstram profundo desconhecimento de como as instituições já contribuem, de forma efetiva e permanente, com a inserção de jovens brasileiros no mercado de trabalho, sobretudo os de classes menos favorecidas.

 

“Querer desestruturar o trabalho já realizado pelo SESI e pelo SENAI por meio de uma ‘facada’, na tentativa de enfraquecer duas das principais instituições com capacidade para contribuir com os esforços de reduzir a informalidade e o desemprego no país, isso sim, é condenar uma parcela da população à pobreza”, afirma Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

O SENAI é a principal instituição de ensino técnico e profissional do país, com mais de 80 milhões de trabalhadores formados em oito décadas de atuação. Seu modelo de formação mantém o currículo sempre alinhada à evolução tecnológica da indústria, o que se traduz em inclusão e empregabilidade para os jovens capacitados em diversos setores da indústria.

 

Tanto é que 7 em cada 10 de seus egressos – cuja renda média é de 1,54 salário-mínimo (a renda média do país é de 2,54 SM) – encontram-se empregados um ano após a conclusão da formação técnica, resultado de uma metodologia eficaz e em constante atualização, reconhecida pela OIT e pela Unesco e replicada em mais de 20 países.

 

O SESI oferece educação básica focada na formação para o futuro do trabalho a mais de 900 mil jovens. Sua metodologia é de reconhecida excelência e seus alunos têm elevado desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Em 2020, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) beneficiou 36,7 mil trabalhadores já fora da idade escolar, permitindo a conclusão dos estudos e maior possibilidade de inserção no mercado de trabalho e crescimento profissional.

 

Em 2020, o SESI e o SENAI formaram a primeira turma do Novo Ensino Médio, numa experiência pioneira no Brasil. São 198 jovens, dos quais 13% da classe C e 87% da classe D, que chegam ao mercado de trabalho com um diploma técnico.

 

Além disso, em 2020, 4,3 milhões de trabalhadores foram beneficiados com serviços de saúde e segurança do trabalho e 869 mil vacinas contra a gripe foram aplicadas. Em 2021, o SESI já apoiou o poder público na vacinação de mais de 730 mil brasileiros contra a Covid-19, reforçando o compromisso de acelerar a imunização dos trabalhadores, sem a qual o Brasil não retomará uma rota firme e consistente de crescimento econômico.

 

Durante os meses mais agudos da pandemia, em 2020, o SENAI ofereceu mais de 1.570.148 matrículas gratuitas em cursos de educação técnica e profissional para contribuir com a continuidade da formação e qualificação do trabalhador brasileiros. Em parceria com mais de 20 empresas e instituições – entra as quais o Ministério da Economia – o SENAI liderou a iniciativa que resultou no conserto de mais 2,5 mil respiradores mecânicos que foram devolvidos a hospitais das redes pública e privadas, contribuindo para salvar as vidas de milhares de pacientes infectados pelo coronavírus.

 

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI

 

Três programas com o Ministério da Economia

 

Embora o secretário do Ministério da Economia demonstre não saber, o SENAI já participa de três programas iniciados em 2020 justamente com foco na inserção de jovens no mercado de trabalho e no aumento da produtividade de empresas: o Emprega Mais, o Brasil Mais e o Aprendizagem 4.0, sendo que esta busca formar uma nova mão de obra para a indústria brasileira e tem como premissa inserir a juventude nas tecnologias digitais tão requeridas no processo de transformação digital das empresas.

 

Também é importante lembrar que o SESI e o SENAI estavam negociando com o Ministério da Economia a participação nos novos programas de inclusão de jovens no mercado de trabalho, via oferta de vagas gratuitas para qualificação profissional.

 

Para essa parcela da população, o SESI e o SENAI já representam uma oportunidade de conquistar condições mais sólidas de empregabilidade e mobilidade social, um passaporte para a cidadania para milhares de jovens carentes.