Produção industrial potiguar volta a cair em março, aponta Sondagem Industrial/FIERN

29/04/2020   09h08

A Sondagem das indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, revela que, no mês de março, ocorreu um aprofundamento do impacto da pandemia do coronavírus na atividade do setor, situação já captada desde fevereiro. A política de distanciamento social, adotada pelo Governo do Estado a partir de março, como forma de prevenir o contágio pela COVID-19, provocou interrupção na atividade de diversos segmentos industriais. Todos os indicadores pesquisados sofreram deterioração, segundo a percepção dos empresários, e não há expectativas de que a situação venha a melhorar nos próximos seis meses.

 

Os resultados da Sondagem mostram que no mês de março, a produção industrial potiguar continuou em queda – pelo segundo mês seguido. Acompanhando o desempenho negativo da produção, o nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) passou de 69% para 62%, e foi considerado pelos empresários consultados como abaixo do padrão usual para meses de março, comportamento que vem se repetindo ininterruptamente desde agosto de 2018. Em linha com a queda da produção, o emprego industrial continuou em recuo entre fevereiro e março.

 

Apesar do forte declínio na produção, os estoques de produtos finais voltaram a subir, como reação à queda na demanda, e ficaram abaixo do nível planejado pelo conjunto da indústria.

 

Nesse cenário desfavorável, os índices de expectativa dos empresários recuaram em abril. Os empresários potiguares esperam mais queda na demanda, no número de empregados, nas compras de matérias-primas e nas exportações nos próximos seis meses. A intenção de investimento, por seu turno, também voltou a cair na passagem de março para abril.

 

No primeiro trimestre de 2020, os empresários potiguares se mostraram ainda mais insatisfeitos com a margem de lucro operacional e com a situação financeira de suas empresas; e o acesso ao crédito, que chegou a melhorar no último trimestre de 2019, agora foi considerado como mais difícil. Para acentuar o grau de insatisfação e de dificuldades enfrentados pela indústria, os empresários reportaram que os preços médios das matérias-primas subiram em relação ao trimestre anterior.

 

O principal problema enfrentado pela indústria nesse primeiro trimestre de 2020 foi a demanda interna insuficiente, seguida pela taxa de câmbio, pela elevada carga tributária, pela competição desleal, pela falta de capital de giro e pela falta ou alto custo da matéria-prima.

 

Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observam-se comportamentos convergentes. Destaque-se, no entanto, o comportamento aparentemente divergente no que diz respeito aos estoques de produtos finais, mas que se trata do aprofundamento de uma tendência que vem sendo observada há alguns meses. Ou seja, as pequenas indústrias apontaram que os estoques de produtos finais caíram, e continuaram abaixo do nível planejado; enquanto as médias e grandes empresas assinalaram acúmulo de estoques, mas dentro do nível desejado. Já as expectativas relacionadas às exportações, são de declínio nos próximos seis meses.

 

Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados de março, divulgados em 28/04 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, com a diferença de que os empresários nacionais apontaram que os estoques de produtos finais ficaram estáveis e dentro do planejado pelas empresas, apesar da queda na demanda que forçou a intensa redução da atividade industrial, associada aos impactos da crise causada pela pandemia da Covid-19.

 

Para mais informações, acesse a Sondagem na integra: https://www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2020/04/GED.CITSMART.REC_FROM_GED_2826-1.pdf