Produtividade na indústria em 2021 cai para patamar mais baixo desde 2000, aponta CNI

4/05/2022   14h32

 

A produtividade do trabalho na indústria em 2021 recuou 4,6%, em comparação com 2020, considerando as séries livres de efeitos sazonais, mostra o estudo Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este é o patamar mais baixo desde o início da série, em 2000. É o segundo ano seguido de queda do indicador que mede a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção.

 

Em 2021, houve um aumento de 4,3% no volume produzido e de 9,3% nas horas trabalhadas na produção, ou seja, a produção apresentou um crescimento menor. Em todos os trimestres do ano passado, a produtividade no setor recuou, sendo especialmente impactada pela segunda onda de Covid-19 no primeiro trimestre.

 

A maior queda anual registrada pelo indicador até então foi de 2,2%, em 2008, ano marcado pela crise financeira global.

 

Os movimentos nos últimos dois anos são resultado, principalmente, de fatores conjunturais, explica a gerente de política industrial da CNI, Samantha Cunha.

 

“A desaceleração em 2021 reflete os efeitos da segunda onda de Covid-19 e as dificuldades enfrentadas para a retomada dos investimentos e da produção. Há gargalos antigos e problemas com a falta e o alto custo de insumos e de matérias-primas”.

 

Outro fator que contribuiu para a queda no último ano é a mudança na composição do mercado de trabalho. “Houve maior crescimento do setor informal frente ao setor formal, o que indica o avanço de ocupações de baixa escolaridade e menor produtividade”, completa Cunha.

 

Produtividade do trabalho na indústria de transformação em 2021 é o menor da série iniciada em 2000.

 

No curto prazo, a perspectiva é de baixo crescimento, em patamar semelhante aos anteriores à crise sanitária. Em 2018 e 2019, a produtividade na indústria ficou abaixo de 1%. No longo prazo, pode haver um aumento sustentado da produtividade com as oportunidades relacionadas às tecnologias da Indústria 4.0 e ao desenvolvimento do 5G, se houver investimentos em inovação.

 

Veja abaixo a análise completa de Samantha: