SENAI/CTGAS-ER incentivam o talento feminino no setor de energia fotovoltaica

25/08/2017   08h43

 

 

Focado no aproveitamento da mão de obra feminina, também para a crescente área das energias renováveis, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial- SENAI e CTGAS-ER-Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis realizaram, nesta quinta-feira, 24, o Workshop: “O talento feminino na profissão de Instaladora de Sistemas Fotovoltaicos”. O objetivo foi reunir, sensibilizar e estimular as mulheres, com formação tecnológica, para a especialização e entrada decidida na emergente área da energia solar, aumentando a presença feminina nesse disputado mercado de trabalho.

 

O evento foi desenvolvido através de uma parceria entre a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do NorteFIERN/SENAI/CTGAS-ER e a GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (Agência Alemã de Cooperação Internacional).

 

A diretora regional do SENAI-RN, Roseanne Azevedo afirmou que a iniciativa de realizar eventos como o workshop, deve se repetir no país, e ajudar no incentivo à qualificação profissional das mulheres.


A consultora Fabiana Dias destacou que o incentivo às mulheres neste mercado de trabalho está coerente tanto com as metas com os quais o país se comprometeu em termos de ampliar o uso das tecnologias de energia limpa, como a necessidade de contribuir para a presença feminina nas empresas e instituições, com o que aponta como “equidade de gênero”. Para Fabiana, isso significa a “possibilidade de aliar desenvolvimento profissional com a construção de um legado para o planeta, o que tem mobilizado mulheres jovens a atuar profissionalmente no campo das energias renováveis e da eficiência energética”.

 

O Desafio
Vinte mulheres participaram do workshop, que iniciou com a contextualização a respeito do potencial das energias renováveis e do cenário atual sobre a (não) equidade da mulher no mercado de trabalho. A reflexão inicial conduziu as participantes ao entendimento da oportunidade de atuar na área de energia, que tem crescido significativamente no país e que se favorece de características femininas, como a preocupação com detalhes, por exemplo. Ainda durante o evento, divididas em grupos, elas participaram de uma atividade, para montar um sistema de energia solar fotovoltaica.

 

Samira Azevedo presenciou — ainda adolescente, em Cuité, sua cidade Natal, no interior da Paraíba — um temporal que deixou ruas interditadas, casas sem telhados, prédios públicos danificados, o comércio fechado e a cidade sem energia por três dias. O município estava há 5 anos sem chuva é foi atingida pelo granizo. Desde então, ela decidiu que iria estudar o clima. Fez graduação em meteorologia para entender alguns fenômenos naturais e possíveis prevenções à catástrofe, mas, no doutorando acabou se aprofundando em energias renováveis.

 

Laís Valadares, na infância, já demonstrou interesse em conhecer o funcionamento interno dos brinquedos com dispositivos mecânicos e elétricos. Desde então, a curiosidade e a motivação para entender estruturas não cessaram, tanto que fez passou dois cursos de engenharia, de automação e elétrica.

 

Samira e Laís tiveram, assim, motivações diferentes mas acabaram por enfrentar desafios comuns a mulheres que se dedicam a formações profissionais e carreiras que têm uma presença feminina ainda numericamente reduzida. Isso não impediu o êxito das duas profissionais no mercado de trabalho. Foi o que elas relataram no workshop “O talento feminino na profissão de Instaladora de Sistemas Fotovoltaicos”. As duas falaram sobre suas escolhas profissionais e como superaram as dificuldades para um público formado por vinte mulheres, a maioria jovens estudantes no ensino médio.

 

Samira e Laís disseram que nos cursos que escolheram havia pouca matrículas de mulheres, mas isso não as inibiu, tampou desestimulou, quando começaram a trabalhar. O relato que fizeram foi um dos principais momentos do workshop.

 

As participantes ficaram entusiasmadas com a carreira. Além dos ganhos pessoais, elas enxergam também o ganho social das energias renováveis. “Um dos benefícios é a questão do meio ambiente. Hoje se usam combustíveis fósseis e isso pode ser evitado com a energia fotovoltaica. Além disso tem um benefício da economia porque o custo com a energia elétrica nas casas poderia diminuir se cada casa gerasse energia com seus painéis”, relata Isabel Souza, técnica em automação industrial e participante do workshop.


As vencedoras receberam um estímulo à formação: ganharam meia bolsa do curso de qualificação Instaladores de Sistemas Fotovoltaicos e uma bolsa para o curso de empreendedorismo do Sebrae-RN.
“Este é o primeiro evento que se faz no Brasil para estimular a presença de mulheres na área de energias renováveis. Isso é realmente inédito e ficamos muito satisfeitos. Percebemos que as participantes se envolveram, trabalharam em grupo e estão animadas com essa possibilidade profissional”, conclui Jorgdieter Anhalt, engenheiro mecânico e consultor da GIZ. A expectativa do CTGAS-ER é de aumentar a oferta de cursos no setor e, claro, contar sempre com uma presença significativa de mulheres nos processos de formação.