Setor empresarial reúne propostas para as maiores economias do mundo

30/09/2021   10h18

 

O setor empresarial apresentará em outubro um documento consolidado com recomendações políticas para os líderes das 20 maiores economias do mundo, que integram o G20. Nomeado Business20 (B20), o grupo é o fórum de diálogo global do G20 com a comunidade empresarial e tem a tarefa de recomendar iniciativas que estimulem o crescimento e o desenvolvimento econômico. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é a representante do setor privado brasileiro no B20 desde 2010.

 

O B20 é um dos grupos de engajamento do G20 com setores da sociedade civil. o B20. Além dele, da área de negócios, há, por exemplo, o Women20 (W20), que aborda questões de gênero, o Labour20 (L20) de trabalho e o Youth20 (Y20) de juventude.

 

No B20, os temas são discutidos em forças-tarefas. Em 2021, na presidência italiana, foram instituídas sete forças-tarefas e um conselho de ação, criado em virtude da pandemia, para discutir como o setor privado pode se preparar para eventuais futuras crises sanitárias, desastres ambientais e na recuperação econômica sustentável.

 

O B20 levará oficialmente suas recomendações à presidência do G20, na reunião plenária final, agendada para 7 e 8 de outubro. O evento ocorrerá cerca de um mês antes da reunião da Cúpula dos Líderes de Governo e Chefes de Estado do G20, prevista para 30 e 31 de outubro.

 

Mais de 6,5 milhões de empresas do mundo estão representadas pelos membros do B20, que têm cerca de dois mil participantes da comunidade empresarial. A representação brasileira no B20 cresce em termos quantitativos e qualitativos a cada ano. Com novo recorde em 2021, a representação brasileira nas forças-tarefas do grupo soma 32 membros.

 

Visão brasileira nas recomendações empresariais ao G20

 

O envolvimento do empresariado brasileiro no B20 é fundamental para levar a visão do país aos demais membros e defender pontos nas recomendações que chegarão aos chefes de Estado.

 

“A pandemia da Covid-19 deixou ainda mais clara a importância de se ter um setor privado brasileiro atuante no B20. Foi no âmbito das forças-tarefas do B20 2020 e 2021 que ocorreram muitas das discussões sobre como as empresas e entidades podem contribuir para uma economia global mais inclusiva e resiliente. Estar à mesa permite a defesa dos interesses da indústria brasileira perante as maiores economias do mundo e a garantia de que nossa realidade será considerada”, destaca Constanza Negri.

 

Representante na FT de Comércio e Investimentos, a diretora executiva da Abimaq, Patrícia Gomes, aponta que as discussões permitiram a construção de um documento mais equilibrado.

 

“Um tema importante, acompanhado pela CNI e por nós, é o financiamento e a garantia a exportações para micro e pequenas empresas”, adianta. Ela reforça que é preciso buscar um reequilíbrio e lembrou que, no Brasil, é preciso uma reforma no sistema de créditos oficiais para exportações que consiga apoiar a todas as empresas.

 

Em Integridade e Compliance, a representação brasileira aponta como essencial o fortalecimento da cooperação público-privada. “A perspectiva é ampliarmos esse diálogo, para que as empresas entendam todo o risco envolvido ao negociar com o setor público, e para que o setor público esteja mais preparado para essa questão”, resume a conselheira da Comissão de Ética Pública Roberta Codignoto.

 

No Conselho de Ação em Sustentabilidade e Emergências Globais, o Brasil contou com um representante em posição de governança no B20. Ex-CEO de empresas, como a GranBio, Tetra Pak, Aché e InterCement e co-chair do Conselho, Paulo Nigro defendeu o posicionamento brasileiro, enfatizando o potencial do país em biodiversidade.

 

“Tratamos de métricas únicas que sigam como base para preservação e para busca de financiamentos globais para os mercados.” Na atuação no B20, ele enfatizou, por exemplo, a agenda positiva do Brasil na questão ambiental com ampla lista de boas práticas das empresas nacionais para serem compartilhadas.

 

Empoderamento feminino como tema transversal nos grupos do G20

 

Em busca de soluções que apontem mais diversidade e visando à equidade de gênero, em 2021, o B20 Itália criou a Iniciativa Especial para o Empoderamento Feminino. Contando com representantes de todas as forças-tarefas, os membros trabalharam considerando o empoderamento feminino como tema transversal.

 

Três pontos principais da iniciativa são: integrar mais mulheres no mercado de trabalho nas áreas de ciência, tecnologia, engenharias e matemática, trabalhar pela equidade de gênero, pela igualdade no trabalho remunerado e facilitar a liderança de mulheres nos negócios.

 

Diálogo global

 

Os membros brasileiros do B20 já se reuniram com representantes do governo, dos Ministérios da Economia e das Relações Exteriores, para alinhar os pontos em discussão. Antes da plenária final do B20, que ocorrerá em Roma, na Itália, em formato híbrido nos dias 7 e 8 de outubro, os representantes brasileiros do B20 2021 Brasil também debateram os tópicos com os anfitriões, ou seja, os representantes italianos do B20.

 

O encontro, em 1º de setembro, teve a participação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e do sherpa brasileiro, o embaixador José Buainain Sarquis. O encontro dos setores empresariais das principais economias do mundo é realizado semanas antes do encontro de chefes de Estado no G20. Na plenária é apresentando um documento final com recomendações políticas da comunidade empresarial, que será apresentado aos líderes do G20.

 

Da Agência de Notícias da Indústria