Os dados do Novo CAGED assinalam a criação líquida de 1.746 vagas de emprego com carteira assinada no mês de junho. Trata-se do primeiro balanço positivo desde novembro de 2019, quando 1.690 vagas foram abertas. Os sucessivos saldos negativos a partir de então culminaram com o maior volume de cortes em abril, com 9.090 contratos de trabalho encerrados sob o impacto da pandemia do novo coronavírus, que restringe a atividade econômica por requerer distanciamento entre indivíduos como principal medida de prevenção do contágio. É importante registrar que, em termos de abertura de vagas, este foi o melhor junho desde 2010, quando foram efetivados 2.670 vínculos de trabalho.

 

 

O balanço do mês sugere que, aos poucos, a economia começa a ser reativada, mas sempre com o ritmo limitado que a situação sanitária permite, como é o caso da indústria. Dessa maneira, o potencial gerador de empregos – no Brasil e no mundo – ficará restringido até que se encontre a solução definitiva para a doença, que deve acontecer a partir de 2021, após a vacinação em massa da população.

 

 

O resultado do mês em análise foi favorecido pelo desempenho dos Serviços (+1.234), seguido da Agropecuária (+885). Por sua vez, o Comércio assinalou balanço negativo (-110), e a Indústria (incluindo Construção) eliminou o maior volume de vagas (-263). Destaque-se que, no setor Serviços, o melhor desempenho foi registrado no agrupamento de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que abriu 1.415 vagas, segundo detalhe na tabela anexa.

 

 

No acumulado janeiro-junho, tem-se um total de 15.741 empregos eliminados em todas as atividades no estado. Os maiores volumes de cortes foram verificados nos Serviços (-4.756) e Agropecuária (-4.747). Mas esta última sob o componente sazonal do primeiro semestre, que coincide com a entressafra da fruticultura e a finalização do corte da cana de açúcar, que pode vir a ser revertido a partir de então, como, de resto, já ocorreu em junho. O Comércio veio em terceiro (-3.948) e o menor impacto na Indústria (-2.760), que, sob nossa perspectiva, inclui a Construção. Aliás foi esta quem suavizou o balanço negativo do setor, ao abrir 573 novos vínculos no período e Eletricidade e gás, com 68 vagas.

 

 

A Indústria

A indústria registrou um saldo negativo de 263 vagas em junho. A Construção foi quem ajudou a amenizar o impacto dos cortes, ao abrir 204 postos de trabalho. Pela perspectiva do emprego com carteira, constata-se que esta tem sido uma das atividades industriais menos impactadas pela COVID – 19.

 

 

No que diz respeito aos principais destaques do setor, os positivos – que continuam modestos em número de atividades e volumes de vagas -, além da liderança da Construção, mencionada acima, aparecem a Fabricação de concreto, cimento e fibrocimento (+86), esta provavelmente relacionado à demanda por insumos por parte de empresas construtoras de parques eólicos; Abate e Fabricação de Produtos de Carne (+45), Fabricação de Biocombustíveis (+36) e 2 Fabricação de Açúcar (+30).

 

 

Por outro lado, o saldo mais negativo foi, mais uma vez, registrado pelo segmento de Confecção do vestuário e acessórios (-340); Moagem, em segundo, Fabricação de Produtos Amiláceos e de Alimentos para Animais (-122), seguido de Preservação do Pescado e Fabricação de Produtos do Pescado (-116).

 

 

Quanto à localidade das principais movimentações de mão de obra, no primeiro semestre do ano, Alto do Rodrigues (+308), Pedra Grande (+269) e Extremoz (+244), assinalaram os maiores saldos de contratações, enquanto Natal (-7.549), Mossoró (-2.796), Baía Formosa (- 1.238) e Apodi (-829) as maiores perdas. Mas à exceção de Natal, as perdas dos demais têm também a influência da baixa sazonal agrícola mencionada anteriormente.

 

 

Rio Grande do Norte

Saldo total positivo no mês  1.746

Serviços 1.234

Agropecuária 885

Comércio  -110

Indústria  -263

 

 

Para mais informações, acesse: https://www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2020/07/GED.CITSMART.REC_FROM_GED_2990.pdf