Startup potiguar tem destaque internacional com inovação que substitui talas de gesso por órteses com impressão 3D

20/07/2021   12h57

Uma startup potiguar está promovendo uma revolução no mercado de órteses, conquistando espaços de destaque no Brasil e no exterior. A empresa é a Fix It, indústria que desenvolve soluções em impressão 3D com um polímero biodegradável para substituir o gesso de pacientes com traumas. A ideia ganhou destaque e atualmente a startup conta com a parceria de um dos maiores players da saúde na América Latina, o Hospital Israelita Albert Einstein, a Unimed do Rio Grande do Sul, além de ter negócios com vários países do Mercosul, Moçambique e com operações em validação na Suíça e Canadá.

 

Os fundadores da iniciativa empreendedora são Felipe Neves, fisioterapeuta de formação e atualmente CEO da Fix It, e o biomédico Herbert Costa. “A ideia surgiu em um evento chamado Startup Weekend, meu sócio é especialista em impressão 3D e falou da ideia de trabalhar uma órtese em impressora 3D, eu disse que tinha como validar e disseminar isso. Na época eram cinco fundadores que participaram, mas quem continua no projeto até hoje somos Herbert e eu”, conta o CEO da startup.

 

Felipe Neves é pernambucano, mas veio para o Rio Grande do Norte aos seis anos de idade, e se considera potiguar. Herbert é da cidade de Mossoró. A Fix It foi fundada em 2015. “Tivemos apoio para começar. O Sebrae nos ajudou muito na época. O Empreende, da Universidade Potiguar, a Incubadora Tecnológica Natal Central, do IFRN. No início as instituições que estavam fomentando o empreendedorismo na época foram essenciais para a gente crescer”, frisa o CEO.

 

Felipe Neves, da Fix It. Startup substitui talas de gesso por imobilização articular em impressão 3D

 

DNA POTIGUAR

A startup ficou no Rio Grande do Norte até 2017. “Depois disso fomos para São Paulo e ficamos lá até começar a pandemia. Quando começou eu voltei, meu sócio ainda ficou, mas está vindo agora também. Resolvemos trazê-la de volta, a sede, a matriz, CNPJ, então hoje a FIX IT voltou a ser uma startup potiguar genuinamente, de nascimento e moradia”, conta Felipe.

 

Felipe explica que os produtos têm a finalidade de imobilizar as articulações para tratar fraturas, tendinite, doenças de uma maneira geral ósseas, musculares, ligamentares e tendinosas. “Também temos um braço que são soluções para pacientes neurológicos, pacientes que tiveram traumatismos cranianos, paralisia cerebral, crianças com paralisia cerebral, pacientes com acidente vascular encefálico (AVC)”, acrescenta.

 

Todas as soluções são feitas de um biopolímero que é originário do bagaço da cana de açúcar, beterraba e milho. “O bagaço vira um polímero que é transformado nos nossos filamentos. Isso não é uma coisa nossa, nós já compramos a matéria-prima beneficiada. Esse plástico é biodegradável e compostável. Na composteira, em um ano, ano e meio ele vira adubo. Então utilizamos para tudo isso a manufatura da impressão 3D, todas as soluções saem de uma impressora 3D”, detalha Felipe.

 

 

INOVAÇÃO EM SAÚDE

No mercado, a Fix it se coloca como uma tecnologia disruptiva, uma inovação agressiva na área da saúde. Nesse contexto a Fix It começou a operação atual, que é um modelo de licença, de licenciamento de dois anos. “Nós temos mais de 90 licenças vendidas no país e fora do país, temos operações internacionais na Argentina, Paraguai e Uruguai já funcionando; e em processo de avanço na América do Sul temos Chile, Venezuela e Bolívia”, detalha o CEO da Fix It.

 

Outras operações estão em fase de treinamento em Maputo-Moçambique e em validação na Suíça e no Canadá. “São operações que vão acontecer. Nosso foco é Brasil, é onde somos fortes, mas as operações internacionais estão em nossos planos para 2022”, enfatiza.

 

Por Jô Lopes