7 iniciativas internacionais do BRICS que impulsionam meninas em STEM

18/07/2025   10h03

Os países do grupo mostram como têm enfrentado os desafios e avançado na inclusão de mulheres em áreas STEM. Confira as iniciativas e os programas implementados

 

 

A participação de mulheres nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) apresentou avanços no decorrer dos anos, mas ainda há disparidade de gênero, como aponta o Relatório de Desenvolvimento das Mulheres do BRICS 2025, elaborado pela BRICS Women’s Business Alliance (WBA).

 

O documento é um diagnóstico da situação das mulheres a partir de indicadores como saúde, economia, tomada de decisão, gestão, tecnologia e educação. Entre as propostas entregues aos líderes dos países, o relatório aponta iniciativas de incentivo à participação feminina no STEM que, apesar dos progressos, os números permanecem relativamente baixos.

 

Entre os países do grupo, a África do Sul lidera com 42,8% dos graduados em STEM sendo mulheres, seguida pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) com 41,5% e Egito com 36,9%.

 

Várias iniciativas, criadas por meio de parcerias entre instituições de ensino, organizações sociais, setor privado e governo, foram implementadas para aumentar oportunidades e incentivar as mulheres na ciência nesses países. Confira!

 

1. Meninas na Ciência da Computação – Brasil

No Brasil, desde 2014, um grupo de professoras e alunas do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) atua com o programa Meninas na Ciência da Computação (MCC). A iniciativa, presente em 20 escolas de 11 cidades, apresenta cursos de tecnologia da informação e planejamento de carreira para meninas do ensino médio, aprimora habilidades por meio de oficinas de capacitação em tecnologia e programação em todo o país.

 

2. {Reprograma} – Brasil

 

A {Reprograma} é uma iniciativa de uma Organização Não Governamental (ONG) fundada em 2016 por quatro mulheres. O projeto busca ensinar programação para o público feminino em situação de vulnerabilidade social, tendo como prioridade mulheres negras, trans e travestis. Os números da iniciativa social impressionam: são mais de 21 mil inscritas nos processos seletivos; 68,8% de alunas empregadas em até seis meses após formação; e 70% das estudantes formadas eram pretas e pardas. Detalhe: todos os cursos são 100% gratuitos!

 

 

3. Women in Nuclear – Mundial

 

Fundada em 1992, a Women in Nuclear (WiN) é uma organização sem fins lucrativos formada por mulheres que atuam profissionalmente em diversos campos de energia nuclear e aplicações de radiações, como medicina e saúde, autoridades reguladoras, na indústria ou como pesquisadoras independentes. A Win está presente em mais de 145 países, inclusive no Brasil, África do Sul e Rússia, por exemplo, que fazem parte do BRICS.

 

 

4. Promaths – África do Sul

 

Indo para a África do Sul, o Promaths é uma parceria entre a Investec e o Centro de Matemática, Ciências e Tecnologia de Kutlwanong. O programa, que surgiu há 17 anos, oferece aulas extras de matemática e ciências para estudantes do ensino médio e já impactou mais de 10 mil crianças ao longo da sua história. Em 2021, foram conquistadas 355 distinções acadêmicas em matemática e 346 em ciências. Atualmente, o programa financia dez centros em todo o país, com mais de 5 mil alunos participantes.

 

 

5. Programa STEM da Fundação Merck para Mulheres e Jovens – África do Sul

 

A Fundação Merck tem várias iniciativas na África do Sul, entre elas Programa STEM para mulheres e jovens, que visa o empoderamento feminino em STEM. O programa busca capacitar meninas e mulheres nessas áreas com foco em saúde feminina, infertilidade e saúde reprodutiva. Anualmente, a fundação lança o ‘Prêmio Mars’ para promover as ‘Melhores Mulheres Investigadoras Africanas’.

 

 

6. Programa WISE-KIRAN – Índia

 

Por meio de uma abordagem holística, ou seja, integral, o Programa WISE-KIRAN foi lançado, em 2018, na Índia e oferece uma variedade de projetos para mulheres cientistas. Confira alguns:

 

Bolsa WISE para Doutorado (WISE-PhD): visa apoiar mulheres, entre 27 e 45 anos, que desejam cursar doutorado em cinco áreas de ciências básicas e aplicadas.

 

Bolsa de Pós-Doutorado WISE (WISE-PDF): oportuniza que mulheres, de 27 a 60 anos, continuem suas pesquisas após o doutorado por meio de bolsas para projetos independentes.

 

Programa WISE-IPR: oferece treinamento de um ano para mulheres na área de Direitos de Propriedade Intelectual, para que desenvolvam uma habilidade profissional essencial nesse domínio.

 

Programa WINGS: oferece oportunidades para cientistas indianas realizarem pesquisas em laboratórios de pesquisa e instituições acadêmicas internacionais.

 

Programa CURIE: oferece apoio a instituições femininas para o estabelecimento de infraestrutura de pesquisa de ponta, a fim de aprimorar as instalações e atividades de pesquisa e desenvolvimento.

 

Vigyan Jyoti: busca inspirar meninas a cursar STEM por meio de acampamentos de ciências, interações com modelos científicos, atividades de experimentação e visitas a institutos parceiros. O componente escolar do Vigyan Jyoti está sendo implementado, atualmente, em 250 distritos de 34 estados da Índia.

 

7. STEM for Girls – Índia

 

A Restless Development India, em conjunto com a Quest Alliance, oferece o programa STEM for Girls em 30 escolas no estado de Odisha. Essas escolas são selecionadas do governo para proporcionar às meninas as habilidades para seguirem carreiras em áreas STEM. As estudantes passam por treinamento em alfabetização digital e programação com sessões sobre aptidões para a vida, questões de gênero e carreiras.

 

 

Iniciativas do SESI também estimulam meninas no STEM

Os resultados apresentados pelo Serviço Social da Indústria (SESI), por meio da robótica educacional, também mostram o avanço das meninas em áreas STEM no Brasil. Nos últimos anos a participação feminina cresceu nos torneios nacionais, passou de 42% em 2023 para 46% em 2025.

 

Elas ainda dominaram, nesse ano, duas das quatro categorias de disputa: na FIRST® LEGO® League Challenge (338 dos 660 competidores) e no STEM Racing (155 dos 293 competidores).

 

 

Esses e outros programas da rede ajudam a promover a igualdade de gênero dentro e fora das salas de aula, como o projeto SESI Lab Delas. A parceria do museu com o Instituto 3M e a Global Giving está na sua segunda edição e promoverá, ao longo deste ano, 25 encontros, além de visitas técnicas a institutos de pesquisa e inovação. O objetivo é estimular o protagonismo e a participação de meninas e mulheres nas ciências. Acompanhe mais sobre o projeto!

 

Mais sobre o BRICS

 

O grupo formado por 11 países membros serve como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas. Os objetivos incluem fortalecer a cooperação econômica, política e social entre seus membros, bem como promover um aumento da influência dos países do Sul Global na governança internacional, além de impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável e promover a inclusão social.

 

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Agência de Notícias da Indústria