
Reeleito à presidência do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado do Rio Grande do Norte (Sindvest), para o período 2018/2022, o industrial Marinho Herculano faz uma avaliação da atual situação do setor. “Mesmo sendo um otimista, não temos como dizer que está bem. Estamos nessa crise absurda nos últimos dez anos e sem perspectivas. E quando estamos nos preparando para decolar, aí vem outro problema como este agora com o aumento do dólar e trava a economia” observa.
O industrial lembra que nas últimas três semanas, houve um aumento de 16% na matéria-prima (tecidos importados) devido a variação cambial. “É impossível prever qualquer perspectiva de melhora no curto prazo, porque não temos segurança na economia, com o quadro político que temos hoje”, disse.
Segundo o empresário, o segmento de confecções foi um dos que mais sofreram perdas de postos de trabalho nos últimos anos no Estado. “Para cada máquina de costura, a gente emprega 1,8 trabalhador. É diferente da indústria têxtil ou de metalurgia, que cada pessoa por máquina trabalha por outras 20 pessoas”, disse Marinho Herculano.
O setor empregava 30 mil funcionários há dez anos. “Hoje, com a queda da taxa de emprego e fechamento da maior empresa da América Latina, devemos empregar a metade”, disse.
A crise, segundo o industrial, também restringiu o crédito para o setor e aumentou a burocracia, por parte dos bancos públicos oficiais, para o acesso as linhas de financiamentos. O maior rigor para liberação do crédito leva muitas empresas a procurar instituições particulares com taxas mais elevadas, o que aumenta os custos de produção em momentos mais críticos. “Quando a empresa entra em dificuldade, se recorre aos bancos particulares mesmo sendo três ou quatro vezes mais caro do que os públicos, em algumas áreas de crédito. Há a oferta, mas com muita restrição”, pondera ele.
A próxima gestão terá como prioridade fortalecer o associativismo da indústria de confecções, não apenas junto às de grande porte como também as pequenas. O setor é formado por empresas de pequeno porte, que enfrenta alta taxa de desemprego com a crise. “Precisamos ampliar o número de filiados, fortalecer os associados”, afirma.
Marinho Herculano avalia o potencial de recuperação do setor em relação as políticas econômicas. “Ao mesmo tempo que cai rápido, ele também sobe rápido e volta a crescer quando a economia melhora. Já passamos isso com a mudança dos vários planos”, disse. Além disso, os resultados sofrem com concorrência de produtos importados, com a transferência de algumas plantas de produção de empresas do Sul para o Paraguai, onde os custos são mais baixos do que no Brasil, e dos produtos da China que tem um crescimento de 7%.
Composição da chapa 2018/2022
Diretoria
Presidente: Marinho Herculano de Carvalho
Vice-presidente: Jairo Amorim Gomes de Araújo
1º Secretário: João Batista Gomes Lima
2º Secretário: Alberto Mattioli Neto
1º Tesoureiro: Antero Cezar Lopes Clemente
2º Tesoureiro: Marinho Herculano de Carvalho Júnior
Suplentes da Diretoria
Delcindo Mascena dos Santos
Mauro Henrique Gadbem
Conselho Fiscal – Efetivos
Eduardo Barbosa Campolina
Ricardo Youssef Amer
Márcio Barbosa de Carvalho
Conselho Fiscal – Suplentes
Matheus Mascena de Azevedo Santos
Maísa Medeiros de Melo
Delegados Representantes junto a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte – FIERN – Delegados Efetivos
Marinho Herculano de Carvalho
Marinho Herculano de Carvalho Júnior
Delegados Representantes junto a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte – FIERN – Delegados Suplentes
Antero Cezar Lopes Clemente
Márcio Barbosa de Carvalho