Atividade industrial potiguar cresce após dois meses de contração

24/07/2018   14h17

 

A Sondagem das indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, mostra que a indústria potiguar registrou aumento da produção em junho na comparação com o mês anterior – após registrar queda por dois meses seguidos. Os resultados da sondagem também sugerem uma recuperação do setor em relação aos impactos da greve dos caminhoneiros ocorrida nos últimos dez dias de maio. Portanto, o que se constata é uma retomada a partir do cenário observado em abril último e uma certa compensação na produção que ficou represada por falta de matéria-prima, aumento na utilização da capacidade instalada e reversão na situação dos estoques de produtos finais das empresas de maior porte, que passou de acúmulo para queda.

 

Acompanhando o desempenho positivo da produção, o nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) passou de 66% para 72% entre maio e junho, mas foi considerado pelos empresários consultados como abaixo do padrão usual para meses de junho, comportamento que se vem repetindo ininterruptamente desde setembro de 2011. Como a ociosidade ainda é elevada, o número de empregados apontou queda, apesar do aumento da produção, mantendo a tendência que vem sendo observada desde outubro de 2017.

 

Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observa-se, em termos gerais, tendências divergentes, persistindo o quadro de maior dificuldade para as empresas de menor porte. Com efeito, as pequenas indústrias reportaram estabilidade na produção e queda no emprego; e estão pessimistas quanto à evolução do número de empregados e preveem estabilidade no volume exportado de seus produtos. As médias e grandes empresas, por sua vez, sinalizaram aumento na produção e estabilidade no número de empregados; e vislumbram aumento no pessoal ocupado e nas vendas externas nos próximos seis meses. Ressalte-se, no entanto, que, nos dois portes de empresas, a intenção de investimento registrou queda.

 

Os índices de satisfação com a situação financeira e com o lucro operacional registraram aumento no segundo trimestre de 2018, na comparação com o trimestre anterior. No entanto, permaneceram abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando insatisfação dos empresários tanto com a margem de lucro operacional quanto com a situação financeira, ainda em menor intensidade. Por outro lado, o indicador de acesso ao crédito apontou terceira alta consecutiva, sem, contudo, ultrapassar a linha dos 50 pontos, mostrando que o acesso ao crédito permaneceu difícil no trimestre. Além disso, os empresários avaliaram os preços médios das matérias-primas subiram em relação ao trimestre anterior.

 

O principal problema do trimestre, na opinião dos empresários potiguares, continuou sendo a elevada carga tributária, embora as assinalações tenham caído relativamente ao trimestre anterior; seguida pelas dificuldades na logística de transporte – reflexo da greve dos caminhoneiros -, pela competição desleal; pelas altas taxas de juros e pela falta ou alto custo da matéria-prima.

 

Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados divulgados em 24/07 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, com a diferença de que na indústria nacional os estoques de produtos finais estavam de acordo com o planejado pelas empresas, e os empresários preveem estabilidade no número de empregados nos próximos seis meses.

 

Acesse a íntegra da Sondagem da FIERN.

 

Acesse a íntegra da Sondagem da CNI.