Bloqueio total no RN não está sendo discutido oficialmente pelo Comitê Científico

7/05/2020   18h23

 

O bloqueio social máximo, ou bloqueio total, adotado recentemente por algumas cidades brasileiras, que vem sendo alvo de discussão na mídia do RN, não tem sido discutido oficialmente pelo comitê que assessora o Governo do Estado do Rio Grande do Norte na tomada de decisões sobre as ações de enfrentamento à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

 

A informação é de Ricardo Valentim, membro do Comitê pelo RN. “O bloqueio total não está na agenda, não está sendo discutido. A única coisa que se ventilou, foi que, no caso de um cenário de bloqueio, como isso poderia ser feito”, afirmou.

 

Ele explicou que a conversa que aconteceu até agora no Comitê foi em torno de saber quais são os indicadores e quais são esses indicadores que apontem necessidade de um bloqueio total e também quais indicadores de saída de um cenário como esse.

 

“Dificilmente o governo vai tomar uma decisão de bloqueio total sem conversar com o Comitê Científico. Existe um respeito muito grande pelo estado a respeito do que está sendo discutido em termos de ciência”, enfatizou Valentim, que integra o comitê que assessora o Governo do Estado.

 

Com os casos de covid-19 em franca ascensão pelo país, algumas cidades brasileiras começam a experimentar, nesta semana, um cotidiano de circulação ainda mais restrita do que aquela que vinha sendo adotada por estados e municípios. Cidades do Maranhão, do Pará, do Ceará e bairros do Rio de Janeiro já adotaram o bloqueio total, face mais drástica do distanciamento social, para tentar conter a disseminação da doença.

 

 

De acordo com o assessor técnico do Departamento Econômico da FIERN, Pedro Albuquerque, o bloqueio total é o mais incisivo tipo de distanciamento porque implica a paralisação de uma cidade, estado ou país, a interrupção de deslocamento e a manutenção somente de atividades entendidas como essenciais. “É uma medida extrema que deixaria também marcas extremas na economia”, disse Pedro afirmando também que a situação do RN se difere de outros estado.

 

“Nós estamos muito distantes ainda do que acontece nos estado do Ceará, Pernambuco e Maranhão. Não é a mesma situação. Para uma medida extrema o governo certamente consultaria o Comitê Científico”, disse.

 

Ele reforçou também a preocupação com a economia, dos danos causados por um bloqueio total, e afirmou que o assunto tem que ser tratado com muita seriedade, com uma comunicação planejada, e segue a afirmação de Valentim.

 

“Para pensar nisso precisamos ter indicadores, e esses indicadores ainda não estão disponíveis. Então, antes de se falar em bloqueio total, nós precisamos fazer levantamento de dados, e ter através deles informações para qualquer tomada de decisão”, finalizou.

 

Por Jô Lopes – jornalista – Unicom/SistemaFIERN