
A Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, revela que, de acordo com a avaliação dos empresários, a produção industrial potiguar voltou a crescer em junho de 2020, após quatro meses consecutivos de queda. Com essa alta, a produção industrial alcançou o patamar mais elevado para um mês de junho desde 2018, quando o indicador ficou em 58,1 pontos. Acompanhando o desempenho positivo da produção, o nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) passou de 52% para 61%, porém foi considerado pelos empresários consultados como abaixo do padrão usual para meses de junho. As dispensas de pessoal também amorteceram ante maio, chegando mais perto da estabilidade.
Os estoques de produtos finais, por sua vez, registraram queda – a terceira seguida -, e ficaram aquém do planejado pelas empresas. Os empresários potiguares têm expectativas positivas em relação aos próximos seis meses no que diz respeito à demanda e às compras de matérias-primas. Todavia, esperam moderada queda no número de empregados e estabilidade na quantidade exportada dos seus produtos. Já o índice de intenção de investimento, registra aumento pelo terceiro mês consecutivo.
A atividade industrial mostrou dinâmicas distintas entre os dois portes de empresas pesquisados, em junho de 2020. As médias e grandes indústrias apontam aumento da produção e do emprego. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 65%, 12 pontos percentuais acima do registrado em maio (53%), e as expectativas para os próximos seis meses são otimistas em todos os itens avaliados. Em sentido contrário, os dados das pequenas empresas mostram queda da produção, do emprego e, também, da UCI (de 48% para 47%). Além disso, as empresas de menor porte mostram perspectiva de queda da demanda, do número de empregados, das compras de matérias-primas e das exportações nos próximos seis meses.

No segundo trimestre de 2020, ainda sob os efeitos da pandemia de Covid-19, os empresários potiguares, independentemente do porte de sua empresa, demonstraram grande insatisfação com a margem de lucro operacional e a situação financeira de seus negócios. O acesso ao crédito tornou-se ainda mais difícil. Ressalte-se que a situação financeira é relativamente mais crítica entre as pequenas empresas. Além disso, os preços médios das matérias-primas subiram em relação ao trimestre anterior, embora em menor intensidade.
Os principais problemas enfrentados pela indústria potiguar nesse segundo trimestre de 2020 foram, por ordem de importância: falta de capital de giro, demanda interna insuficiente, elevada carga tributária, insegurança jurídica e falta ou alto custo da matéria-prima. Importante observar que, esses problemas atingiram tanto as empresas de pequeno porte quanto as médias e grandes, refletindo os impactos negativos do Coronavírus sobre a atividade econômica.
Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados divulgados em 22/07 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, com a diferença de que na indústria nacional os empresários preveem aumento no número de empregados e nas exportações nos próximos seis meses.
Para mais informações, acesse: https://www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2020/07/GED.CITSMART.REC_FROM_GED_2969.pdf