A população brasileira é bastante ligada a questões ambientais, tem consciência sobre a relevância da Amazônia para o país e para o mundo e acredita na união do desenvolvimento à conservação das riquezas naturais ali contidas. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, embora 98% dos brasileiros se digam preocupados com o meio ambiente (soma de 77% muito preocupados, 17% mais ou menos preocupados e 4% pouco preocupados), 95% da população concordam que é possível alinhar progresso econômico com a conservação da região.
Os resultados do estudo, encomendado ao Instituto FSB de Pesquisa, mostram ainda que 8 em cada 10 brasileiros acreditam que o país é capaz de explorar a floresta de forma inteligente, preservando seus recursos naturais. E 93% afirmam que preservar a Amazônia é fundamental para a economia brasileira.
“É fundamental construir um modelo consistente de desenvolvimento que mantenha a floresta em pé e, ao mesmo tempo, promova o crescimento econômico e social da região. Trata-se de um desafio complexo, que precisa ser enfrentado com urgência. Se fizermos as escolhas certas agora, inúmeras possibilidades se abrirão e o Brasil poderá ser o líder mundial da economia de baixa emissão de carbono e da bioeconomia”, afirma presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A pesquisa foi realizada no âmbito dos preparativos para o Fórum Mundial Amazônia+21, que acontece de entre os dias 4 e 6 de novembro e vai reunir dezenas de especialistas, empresários e gestores públicos para debater caminhos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. O evento é aberto, on-line e gratuito.
Para o coordenador do Fórum e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, os resultados mostram que não há mais espaço para a falsa dicotomia entre preservação e desenvolvimento. “O entrave histórico diante de qualquer tentativa de discutir o desenvolvimento da Amazônia impactou no crescimento econômico dos nove estados que compõem a Amazônia Legal e na vida das pessoas que vivem aqui. A pesquisa mostra que já não há mais entre a população a ideia intocabilidade no bioma amazônico. Pelo contrário, há a clara percepção de que o desenvolvimento da região alinhado à conservação das suas riquezas naturais é totalmente possível”.
Atividades produtivas
A pesquisa da CNI também quis saber sobre os possíveis impactos socioeconômicos para a região a partir do fortalecimento das atividades econômicas e produtivas nos estados da Amazônia Legal. Mais uma vez os resultados mostram uma percepção positiva em relação ao desenvolvimento sustentável.
Para a grande maioria dos ouvidos, uma maior atividade produtiva na região resultará em benefícios como a redução do desemprego, maior preservação ambiental, mais qualidade de vida e redução das atividades ilegais na região.
Outros dados
Encomendado pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa, o levantamento também constatou que:
- 78% dos brasileiros sentem alto grau de orgulho em relação à Amazônia;
- 50% dos brasileiros se dizem afetados por algum problema ambiental, índice que chega a 57% entre os moradores dos estados que compõem da Amazônia Legal;
- 60% consideram as queimadas/incêndios florestais a maior ameaça ao meio ambiente no país;
- 59% das pessoas afirmam saber o que é desenvolvimento sustentável, mas, destas, apenas 55% (28% do total de entrevistados) sabem tratar-se da preocupação, ao mesmo tempo, com o meio ambiente, com a sociedade em geral e com a geração de emprego e renda no país;
- 77% acreditam que o Brasil deveria destinar mais áreas para a preservação do meio ambiente;
- 83% dizem que a preservação da floresta é muito importante para o crescimento do país, pois o desenvolvimento nacional depende do meio ambiente protegido.
Responsabilidades
De maneira geral, os brasileiros creditam a diversos atores a responsabilidade pela preservação da Amazônia. Entre os que têm feito bem esse papel estão os indígenas, os ribeirinhos e os quilombolas com 58% das avaliações positivas; as ONGs ambientalistas (47%) e as universidades (39%).
Na outra ponta, os atores que menos contribuem para a preservação do bioma, na opinião dos entrevistados, são, respectivamente, fazendeiros e pecuaristas (42% de avaliação ruim/péssimo), Congresso Nacional (40%), governos estaduais (36%), governo federal (35%), países estrangeiros (35%) e empresas que atuam na região (35%).
O Fórum Amazônia+21 é uma iniciativa para mapear perspectivas e buscar soluções para temas relacionados ao desenvolvimento da região e melhoria da qualidade de vida dos mais de 20 milhões de cidadãos que vivem na Amazônia Legal. O programa é uma realização da FIERO, Agência de Desenvolvimento de Porto Velho e Prefeitura de Porto Velho, com apoio da CNI e do Governo do Estado de Rondônia.