Fórum Internacional de Hidrogênio do SENAI discute tecnologias e redução de emissões de gases do efeito estufa

23/03/2023   17h15

Fórum aberto nesta quinta-feira (23) reúne especialistas do Brasil e da Alemanha, na grade de palestrantes

 

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) deu largada, nesta quinta-feira (23), ao H2Tech, Fórum Internacional de hidrogênio renovável, que traz discussões sobre hidrogênio, transição energética e redução das emissões de gases do efeito estufa. O evento reúne especialistas do Brasil e da Alemanha, na grade de palestrantes, e segue até esta sexta-feira (24).

 

Clique aqui para ver todos os temas que serão abordados: https://rn.senai.br/h2tech/.

 

A programação é realizada na Casa da Indústria, como parte da programação em comemoração aos 70 anos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN). O ISI-ER faz parte do Sistema FIERN, por meio do SENAI-RN.

 

Na abertura do evento, realizada na manhã desta quinta-feira, o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello, disse que o tema hidrogênio “tem muito mais perguntas do que respostas” e que “o Sistema Indústria – que engloba o SENAI – enxerga a discussão de forma ampla”.

 

“Como será transportado esse hidrogênio, a quem será entregue, como serão os materiais usados no armazenamento, quais os custos envolvidos, que água será utilizada no processo de produção?”, disse, exemplificado sobre questões que têm sido objeto de estudos do Instituto.

 

Rodrigo Mello, diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, falou sobre questões que pairam sobre o tema

 

O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) é a principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P,D&I) em energia eólica, solar e sustentabilidade. O CTGAS-ER, Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do SENAI-RN, por sua vez, é a referência nacional do SENAI em formação profissional para as indústrias de energia e do gás, além de centro de excelência nacional para soluções de educação que estão em desenvolvimento, com a Alemanha, para o hidrogênio verde.

 

Pesquisadores do ISI-ER estudam e executam projetos envolvendo rotas alternativas de produção de hidrogênio – aquelas que não geram emissão de carbono no processo industrial – há mais de 10 anos. Em um dos projetos atuais, o hidrogênio é um dos insumos para a produção de combustível sustentável de aviação. Em outro, são mapeados aspectos como gargalos tecnológicos, potenciais de produção e mercado.

 

Trabalhos na área incluem o desenvolvimento de pesquisas em produção e distribuição de hidrogênio renovável, além do desenvolvimento de modelos matemáticos para avaliações econômicas dos recursos e otimização da logística de produção e distribuição do produto.

 

O presidente do Sistema FIERN e do Conselho Regional do SENAI-RN, Amaro Sales de Araújo, observou que muitos trabalhos relevantes do centro de pesquisas têm sido desenvolvidos com parceiros internacionais como a Alemanha, o país mais industrializado do mundo.

 

“Nós temos uma relação muito próxima e antiga com a Alemanha, em busca das energias, da sustentabilidade, e falar de hidrogênio interessa de perto ao Rio Grande do Norte, diante da força que o estado tem na energia e nós acreditamos muito na força do estado”, disse, estimando que o estado, que já é o maior produtor nacional de energia eólica, será também um grande exportador dessa energia por meio do hidrogênio.

 

O presidente do Sistema FIERN e do Conselho Regional do SENAI-RN, Amaro Sales de Araújo, destacou a importância de parcerias internacionais na área

 

Em discurso no evento, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, afirmou que o ISI-ER “tem dado passos muito firmes” nesse tema e que o próprio governo do estado tem propagado mundo afora o nível tecnológico do Instituto.

 

“A parceria do governo com a FIERN e com o ISI”, disse ele, “é um modelo para o Brasil”. “Nós temos encontrado apoio técnico e sugestões importantes nessa Casa, que é estratégica para o desenvolvimento do estado”, frisou o secretário.

 

Descarbonização
O objetivo do H2Tech é fomentar a discussão sobre a descarbonização em diferentes setores da indústria e a importância da aplicação do hidrogênio renovável para esse fim.

 

O evento reúne especialistas e pesquisadores, levantando questões chaves para o setor, como tecnologias para a produção, compromissos climáticos que precisam ser cumpridos e o contexto da transição energética, buscando fortalecer a indústria e auxiliar o Brasil nesse processo.

 

“Nós já vivemos outras transições energéticas, isso exige adequação e desenvolvimento de tecnologia e a infraestrutura não se troca de uma hora para outra”, disse o assessor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Jeferson Soares, um dos palestrantes do Fórum. “Os processos (de transição) são longos e precisam ser econômicos para alcançar a população de forma abrangente”, acrescentou ainda, ao discorrer sobre o papel do hidrogênio no contexto da transição energética, sobre o contexto brasileiro e a agenda de desenvolvimento da chamada “economia do hidrogênio” no Brasil.

 

De acordo com informações apresentadas por ele, o país tem potencial para se tornar um relevante agente no mercado mundial de hidrogênio na esteira de vantagens como a dotação de recursos naturais para produção desse insumo. “O Brasil tem administração de abundância (de fontes disponíveis para produção). E não escassez”, disse, chamando atenção para a importância de serem consideradas não apenas energias renováveis nesse processo, mas também rotas de produção com gás natural e possibilidades como a energia nuclear.

 

Jeferson Soares, da EPE, falou sobre o papel do hidrogênio no contexto da transição energética e o contexto do Brasil

 

Outras vantagens existentes no contexto nacional, na visão do analista, são o comprometimento do governo com o hidrogênio, a regulação e o ambiente de negócios robusto no setor energético – para o qual apontou, entretanto, necessidade de aperfeiçoamentos – além de capital humano e capacitação tecnológica, que também precisam, disse ele, de ampliação.

 

Também foram discutidos na primeira manhã do Fórum temas como “Combustíveis avançados e a contribuição para o cumprimento de acordos climáticos” e “Os primeiros sucessos do H2Brasil”, projeto criado pela Cooperação Técnica Alemã GIZ, a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com o objetivo de apoiar o aprimoramento da expansão do mercado de hidrogênio verde (H2V) no país como peça fundamental na redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e para contribuir para a descarbonização da economia brasileira.

 

“Hidrogênio de baixo carbono e a Transição Energética no Brasil”; “Tecnologias de Produção de Hidrogênio: da Reforma à Fotocatálise”; “Avanços do Mercado de Carbono Nacional” e “Recirculação Química – Alternativa tecnológica para produção de H2 renovável” também foram abordados nesta quinta.

 

No segundo e último dia estarão em pauta, por sua vez, “Estratégias locacionais para prospecção de áreas e desenvolvimento de plantas de produção de H2V”, “O papel do hidrogênio renovável no mundo”, “Derivados de hidrogênio verde e possíveis produtos”, além do “Impacto do Biocombustível Sintético (PtX) na cadeia produtiva” e uma pergunta considerada crucial hoje: “Será a eletromobilidade uma boa alternativa para o Brasil?”.

 

Público-alvo
“O evento tem como público-alvo todas as pessoas interessadas no desenvolvimento dessa indústria que se mostra estratégica e promissora para o Brasil e o mundo. Nós teremos a participação de grandes players, de especialistas e pesquisadores que se debruçam sobre o tema no cenário nacional e na Alemanha, um dos países que lideram essa discussão na Europa e que atua”, frisa Rodrigo Mello, acrescentando que “o ambiente também é estímulo à geração de oportunidades de negócios, ao fortalecimento da cooperação científica e ao networking na área”.

 

Entre as instituições na grade de palestrantes estão, além do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) com foco em energia eólica, solar e sustentabilidade, estão: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Centro Universitário FEI, International Ptx Hub, Hytron, GIZ e CCS Brasil – organização sem fins econômicos criada com a missão de promover a cooperação entre academia, governo, financiadores, indústria e sociedade para o desenvolvimento das atividades de Captura e Armazenamento de Carbono no país.

 

SERVIÇO
O QUE: H2Tech 2023
QUANDO: 23 e 24/03/2023
ONDE: Casa da Indústria (sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte -FIERN, na Av. Sen. Salgado Filho, nº 2860. Lagoa Nova, Natal)