Emgepron aponta Cluster Naval como instrumento para aproveitar potenciais do RN, durante reunião da COERE

19/06/2023   18h03

 

A reunião da Comissão Temática de Energias Renováveis (COERE) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), realizada nesta segunda-feira (19), teve como um dos pontos de destaque o início dos trabalhos do Cluster Tecnológico Naval do Rio Grande do Norte. O consultor técnico da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), Vice-Almirante Edésio Teixeira, falou sobre os caminhos para a consolidação da atuação do instrumento.

 

Ele abordou a experiência da Emgepron com o Cluster do Rio de Janeiro, onde a iniciativa foi fortalecida com a criação de uma secretaria estadual específica para o assunto e da articulação junto ao poder legislativo para a criação de normas que alicercem as atividades abrangidas pela associação. “É preciso ampliar nossas capacidades e atrair investimentos. Para isso é preciso estabelecer a estrutura de gestão e governança, o que significa definir lideranças e prioridades, bem como canais que possibilitem os avanços das pautas”, afirma Edésio.

 

 

“Acredito que aqui no Rio Grande do Norte está em uma posição estratégica geograficamente e deve desenvolver políticas industriais voltadas principalmente para transformações tecnológicas”, acrescenta o Vice-Almirante. “O setor de energias renováveis é uma grande potência do estado e pode ser muito bem aproveitada a partir desse caminho”, completa.

 

Para o presidente da FIERN, Amaro Sales, a Associação do Cluster Tecnológico Naval do RN é instrumento fundamental para alcançar o bom proveito das qualidades do estado. “Consolidamos um cronograma executivo até dezembro e pretendemos convidar outras empresas e instituições para trabalhar com mais abrangência e efetividade”, destacou.

 

Missão no Reino Unido

 

Ainda na reunião, o diretor-tesoureiro e presidente eleito da FIERN, Roberto Serquiz, relatou sobre a missão ao Reino Unido, onde um grupo de empresários norte-rio-grandenses conheceu a cadeia produtiva e de inovação em energia eólica offshore. “Pudemos conhecer de perto o desenvolvimento de inovação tecnológica e capacitação técnica, além de entender as dinâmicas e peculiaridades do setor”, comentou.

 

“Há um interesse muito grande deles em entender o Brasil e o Rio Grande do Norte, então devemos em breve receber representantes de empresas e instituições britânicas para apresentar os potenciais do nosso estado”, continua Serquiz. “Por outro lado, uma lição que já pudemos entender é que não há como ir para o offshore sem uma regulação que dê segurança jurídica”, frisa.

 

Iniciada em Manchester e encerrada em Londres, capital do Reino Unido, a Missão teve como objetivo conhecer, in loco, a operação da indústria da energia eólica no Reino Unido, prospectar oportunidades de negócios para o estado e mostrar o potencial brasileiro e potiguar, na área, de olho em possíveis parcerias com empresas e instituições britânicas.

 

O Reino Unido é líder do setor na Europa e atualmente sedia o desenvolvimento do maior complexo eólico offshore do mundo. A atividade – a geração da ‘energia dos ventos’, com turbinas instaladas no mar, e a cadeia produtiva ao redor – existe há aproximadamente 10 anos em território britânico.

 

Índice de Confiança

 

Também na reunião da COERE desta segunda-feira, o gerente técnico do Observatório MAIS RN, Pedro Albuquerque, apresentou a atualização do Índice de Confiança das Energias Renováveis (ICER). O indicador é feito junto aos integrantes da COERE para medir a confiança do setor no estado.

 

 

“Podemos observar que a confiança das energias renováveis caminha muito próxima da confiança dos industriais potiguares, o que mostra a relevância do setor para a indústria do estado”, comenta Pedro Albuquerque.

 

A atualização mostra que o ICER foi de 77,3, em março de 2023, para 76,9, em junho de 2023. “É importante destacar que, apesar da queda, o número permanece indicando confiança no setor”, pondera o gerente do MAIS RN. “Nos últimos três meses tivemos eventos que impactaram a economia, como a crise na segurança pública no estado e o aumento da alíquota do ICMS, o que gera incerteza e consequente insegurança para os investidores”, explica.