
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresenta ao governo federal, nesta terça-feira (20), sua proposta para a implementação de um sistema regulado de comércio de emissões de carbono no Brasil. O instrumento é uma importante medida para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e tem potencial de movimentar até R$ 128 bilhões em receitas, segundo estimativas do projeto Partnership for Market Readiness (PMR).
Após avaliar os modelos praticados por Estados Unidos, União Europeia, México, Japão e Coreia do Sul, em um estudo lançado em 2021, a CNI coordenou as discussões com a base industrial e esboçou a arquitetura detalhada de um modelo de precificação sob a ótica do cap and trade – modalidade vista como a melhor para o Brasil – que apresenta também aspectos relativos à governança do sistema.
“O que se procura estabelecer é um mercado de carbono que converse com o ambiente internacional. Ou seja, que a gente tenha uma conexão com mercados mais maduros e estabelecidos no contexto internacional. A ideia é que a gente faça isso por meio de uma legislação, principalmente, para que a gente possa ter as regras claras e a segurança jurídica necessária para fazer esse mercado funcionar”, explicou o gerente-executivo de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
O documento será divulgado no evento Diálogo: Mercado Regulado de Carbono e a Competitividade Industrial, e contará com a participação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, além de representantes do Congresso Nacional. O evento foi transmitido ao vivo no YouTube da CNI: https://www.youtube.com/watch?v=DXJaiWEfwCw&t=13425s
Os sistemas de precificação de carbono se impõem de forma crescente no mundo, em particular pelo grande volume de receitas movimentadas, em torno US$ 95 bilhões no ano de 2022, de acordo com estimativas do Banco Mundial.
Por isso, para a CNI, o país precisa se posicionar de forma proativa nessa agenda. Regularizar o mercado de carbono é uma das propostas da indústria para uma agenda de baixo carbono e integra a missão “Descarbonização”, um dos quatro pilares de política industrial propostos pela CNI no Plano de Retomada da Indústria e já inserido entre as missões que serão debatidas pelo Conselho Nacional de Política Industrial (CNDI), coordenado pelo MDIC.











