FIERN participa de reunião sobre obra de engorda da praia de Ponta Negra

22/06/2023   11h41

 

O diretor 1º secretário da Federação da Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Heyder Dantas, representou a FIERN em reunião realizada pela Prefeitura de Natal para debater o projeto de aterro hidráulico da praia de Ponta Negra, a chamada engorda. O encontro aconteceu na manhã dessa quarta-feira (21), no Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura.

 

A audiência, presidida pelo prefeito Álvaro Dias, reuniu representantes da sociedade civil organizada da capital potiguar preocupados com a demora na liberação da licença ambiental para a obra. O processo vem desde 2015 e o avanço do mar ameaça diretamente o Morro do Careca, principal cartão postal da capital potiguar, além de prejudicar a economia da cidade, alicerçada principalmente no Turismo.

 

“Ao trazer a sociedade para o debate, o prefeito demonstra a preocupação com esse tema importante para nossa cidade”, afirma o diretor 1º secretário da FIERN. “É fundamental debatermos o assunto, pois essa importante obra tem enfrentado a morosidade de órgãos ambientais”, acrescenta.

 

Heyder destaca que empreendimentos desse tipo já solucionaram desafios em outros locais. “É uma obra que já ocorreu com sucesso em outros estados, como Ceará, Alagoas e Santa Catarina, e em Natal não seria diferente. Então, não há necessidade de haver esse travamento nos órgãos daqui”, comenta.

 

“Participamos do debate para dar nossa contribuição no que for necessário e nos colocando como apoiadores desse projeto, pois entendemos a importância dessa iniciativa para a cidade”, completa Heyder.

 

 

Durante a reunião, o prefeito Álvaro Dias criticou a demora na concessão das licenças e a burocratização desnecessária ocasionada pelo envio do processo ao Ibama. “Em todos os locais onde a engorda foi feita, como Balneário Camboriú, Fortaleza, Rio de Janeiro e Maceió, o órgão do próprio Estado foi o responsável por licenciar. Aqui, não sei por qual motivo, o Idema achou de ouvir o Ibama, atrasando ainda mais o processo”, explicou.

 

A obra já possui todos os estudos realizados (EIA-RIMA) e todos os documentos foram encaminhados para o Idema desde setembro do ano passado, segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita.

 

O secretário considera o aterro hidráulico uma obra de “resiliência urbana”. Ele citou um estudo realizado pela UFRN que aponta um avanço anual do mar em Ponta Negra, que varia de 8 a 10 metros por ano. “Se a cidade não enfrentar o problema, tudo no local pode colapsar”, frisou Mesquita.

 

Ainda de acordo com o secretário, o processo de erosão do Morro do Careca pode ser revertido com a engorda da praia, uma vez que o processo de deposição de areia, responsável pela formação dunar, vai superar o de retirada com a ação do vento, recompondo a paisagem e evitando a transformação da duna em uma falésia. “Esse processo que está acontecendo no Morro do Careca é um crime contra a nossa cidade, contra a nossa economia, contra Ponta Negra”, definiu Álvaro Dias.