Iniciativas como o Plano Mais Produção, Depreciação Acelerada, Brasil +Produtivo, Mobilidade Verde e Mover têm incentivado o desenvolvimento industrial brasileiro

O Plano Mais Produção (P+P) já disponibilizou mais de R$ 470 bilhões em 168 mil projetos espalhados por todo o país, o que significa mais avanços para o desenvolvimento industrial brasileiro. É o que apresenta o Radar da Indústria do 2º trimestre de 2025, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quinta-feira (17).
Mais transparência aos recursos financeiros
O Radar da Indústria destaca o lançamento do painel de monitoramento do Plano Mais Produção, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A plataforma apresenta a aplicação dos recursos da NIB por missões, com dados estaduais e regionais.
Até o primeiro trimestre de 2025, por exemplo, a Missão 3 – Infraestrutura foi a que recebeu o maior montante de recursos, de R$ 198,33 bilhões (41,96% do total) em 38.480 projetos. Em seguida, aparecem: a Missão 1 – Agroindústria, com R$ 104,87 bilhões (22,19%) em 81.006 projetos; a Missão 4 – Transformação Digital, com R$ 77,38 bilhões (16,37%) em 31.972 projetos; a Missão 5 – Descarbonização, com R$ 43,97 bilhões (9,30%), em 13.778 projetos; a Missão 6 – Defesa e Soberania, com R$ 26,21 bilhões (5,54%), em 116 projetos; e, por último, a Missão 2 – Saúde, com R$ 21,93 bilhões (4,64%), em 2.598 projetos.
Também é possível saber como os recursos do Plano Mais Produção estão divididos entre os agentes financeiros parceiros do plano – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (R$ 198,91 bilhões); Caixa Econômica Federal (R$ 118,52 bilhões); Banco do Brasil (R$ 87,37 bilhões); Banco do Nordeste (R$ 24,87 bilhões), Banco da Amazônia (R$ 13,99 bilhões) e Finep (R$ 29,04 bilhões).
O superintendente de Política Industrial da CNI, Fabrício Silveira, afirma que o painel consolidado de acompanhamento do P+P é essencial para a transparência e engajamento dos recursos.
“O lançamento do painel de monitoramento traz transparência e permite fomentar o debate, ao possibilitar a visualização de como os recursos do P+P estão sendo alocados nas diferentes missões da Nova Indústria Brasil, por agente financeiro e por região”, completa Silveira.
Regiões Sudeste e Sul concentram volume de investimentos do BNDES
De acordo com o Radar da Indústria da CNI, a análise das aprovações do Plano + Produção (P+P) pelo BNDES revela uma concentração de recursos nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. A Região Sudeste absorveu 48,9% do total de recursos aprovados, enquanto a Região Sul ficou com 27,2%. São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina concentram 73,2% dos recursos aprovados pelo BNDES até maio de 2025, totalizando R$ 150,81 bilhões.
Por outro lado, as regiões Norte e Nordeste receberam uma proporção menor dos recursos. Os estados da Bahia, Maranhão e Ceará se destacaram com maior volume de recursos aprovados na região Norte/Nordeste, embora ainda com valores relativamente baixos – 5,5%, R$ 11,3 bilhõe
No entanto, o Radar aponta que, ao considerar o valor aprovado por milhão de Produto Interno Brasileiro (PIB) industrial, a distribuição fica mais equilibrada e menos concentrada regionalmente, favorecendo estados como Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.
Depreciação acelerada: R$ 800 milhões em benefícios
Outro ponto importante destacado pelo Radar da Indústria foi o programa de Depreciação Acelerada. De acordo com informações da Receita Federal, desde o início do programa até junho de 2025, o programa disponibilizou R$ 265,19 milhões em benefícios (7,8% dos R$ 3,4 bilhões aprovados). A depreciação acelerada é uma prática contábil e fiscal que permite às empresas abaterem o valor de seus bens de capital (como máquinas e equipamentos) de forma mais rápida do que a depreciação tradicional, com o objetivo de reduzir a carga tributária nos primeiros anos de uso desses bens. Assim, 50% do valor do investimento é deduzido já no ano de aquisição, enquanto os 50% restantes são deduzidos no ano seguinte.
“Apesar do total a ser pago à receita não mudar, a depreciação acelerada permite que as empresas acessem os benefícios fiscais de forma muito mais rápida, liberando recursos logo nos primeiros anos após a aquisição das máquinas — período normalmente mais crítico devido ao aumento daa despesas com essa compra”, explica o superintendente de Política Industrial, Fabrício Silveira.
O Radar da Indústria também traz os programas Brasil + Produtivo, Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e as ações do Grupo de Trabalho de Adensamento Produtivo da NIB como iniciativas importantes para os atuais resultados da neoindustrialização no país.
Confira entrevista com Inacio Calache Cozendey, analista de Políticas e Indústria da CNI, sobre o Plano Mais Produção (P+P) :
Agência de Notícias da Indústria