Alguns parâmetros nos ajudam a projetar um futuro melhor para o Rio Grande do Norte, entre os quais destaca-se o desenvolvimento humano como o principal ativo para impulsionar a nossa inovação e competitividade. Segundo o Fórum Econômico Mundial, cada dólar investido em educação e qualificação pode gerar até US$ 5 em retorno econômico. É imprescindível aumentar os investimentos para que possamos formar uma força intelectual e laboral diferenciada, qualificada e comprometida, capaz de atrair investidores e seus empreendimentos. Setores como mineração, energias renováveis, agroindústria, indústria 4.0 e turismo já estão prontos – em nosso Estado – para uma transformação tecnológica.
No entanto, a busca pela inovação não deve ser dissociada dos valores humanos e da sensibilidade social. Além disso, a preservação ambiental e a preocupação com a sustentabilidade precisam estar no centro das estratégias de inovação. Mesmo com todos os avanços já alcançados e os que ainda são necessários, não podemos negligenciar essas questões, que integram o conceito mais criterioso de “desenvolvimento econômico sustentável”.
Há, neste sentido, exemplos inspiradores ao redor do mundo. Copenhague, na Dinamarca, é frequentemente citada como uma das cidades mais sustentáveis do mundo, com metas para se tornar neutra em carbono até 2025. A cidade investe fortemente em ciclovias, transporte público e eficiência energética. Já no campo da economia circular, a Alemanha se destaca com uma taxa de reciclagem de resíduos urbanos superior a 67%, uma das mais altas do mundo. Esses exemplos reforçam a necessidade de uma grande aliança por investimentos nas pessoas, na inovação e na produtividade, sempre conciliando esses esforços com a educação ambiental e o engajamento da sociedade na preservação da natureza.
No que diz respeito à inovação, é importante conhecermos melhor a experiência da China. A FIERN, em parceria com seus sindicatos filiados e com o apoio da CNI, está promovendo uma missão empresarial que levará representantes dos segmentos industriais do Rio Grande do Norte à China, no período de 13 a 27 de outubro de 2025. Não tenho dúvidas do valor desse aprendizado. A experiência chinesa nos oferece lições valiosas. O país asiático, com mais de 1,4 bilhão de habitantes e um PIB que ultrapassou os 19 trilhões de dólares em 2023, é um exemplo de como o foco na educação e o apego à inovação podem transformar uma nação em líder global. O modelo chinês, que combina eficiência produtiva com investimentos massivos em tecnologia, pode nos inspirar a pensar em mais alternativas para o Rio Grande do Norte, avançando no que é possível, adaptando o que é necessário, mas mantendo presentes as preocupações com a sustentabilidade ambiental e com as pessoas.
Direto ao ponto: o Rio Grande do Norte precisa pensar com maior ousadia, estudando alternativas, buscando soluções a partir de investimentos efetivos em educação e capacitação profissional, bem como em pesquisa, tecnologia e inovação. Todos esses esforços devem convergir para um novo momento que tenha perspectivas de desenvolvimento econômico sustentável.
Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN
Foto: Iano Andrade / CNI