Informe Conjuntural da CNI: Inflação perde força, mas juros permanecem elevados e impactam o crédito

17/10/2025   10h46

 

O Informe Conjuntural do 3º trimestre, divulgado pela sexta-feira (17) pela Confederação Nacional da Indúscia (CNI), aponta que a inflação vai continuar perdendo força. Atualmente em 5,2% no acumulado de 12 meses até setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 em 4,8%, mesma variação observada no fim de 2024, e acima do teto da meta da inflação de 4,5% em 12 meses.

 

 

Apesar disso, não há indícios de que o Banco Central vai iniciar o processo de cortes da taxa de juros, a Selic, que deve fechar o ano em 15%. Isso significaria juros reais de 10,3%, bem acima dos 7% de 2024, reforçando uma política monetária profundamente contracionista.

 

 

Os juros elevados vão diminuir o apetite de empresas e consumidores por crédito. Por isso, as concessões totais de crédito devem ter crescimento real de 5,5%, quase metade dos 10,7% do ano passado. Os juros altos, a perda de ritmo da indústria e o cenário externo turbulento vão impactar os investimentos, que devem registrar alta de 3%, ante os 7,3% de 2024.

 

 

Mercado de trabalho aquecido e rendimentos em alta seguram consumo

 

O ritmo aquecido do mercado de trabalho até agosto deve diminuir no 2º semestre, projeta a CNI. A expectativa é que a criação de empregos se estabilize nos últimos meses do ano. Ainda assim, espera-se que a massa de rendimento real do trabalho suba 5,4%, um considerável estímulo ao consumo das famílias, cuja estimativa é de alta de 2,3%.

 

A CNI acredita que as despesas do governo vão acelerar no 2º semestre frente ao 1º semestre, estimulando a atividade econômica no final do ano. Isso se deve, sobretudo, ao pagamento de precatórios realizado em julho e à intensificação das despesas discricionárias, que não são obrigatórias por lei e cujo governo tem liberdade para executar. Ainda assim, os gastos federais devem ter crescimento real de 3,5%, contra alta de 3,7% em 2024.

 

Veja, abaixo, o detalhamento dos indicadores da Informe Conjuntural da CNI:

 

 

Texto e fotos: Agência Nacional da Indústria.